SALDO DA LAVA JATO Parecer do MPF recomenda que processo contra Vital seja julgado pela Justiça de Curitiba
Parecer do Ministério Público Federal sugere que o ministro Vital do Rego (Tribunal de Contas da União) seja julgado pela Justiça Federal de Curitiba. O parecer do MPF é resposta a recente recurso impetrado pela defesa de Vital, em que pede ao Supremo Tribunal Federal arquivar em definitivo o Inquérito 4.261, instaurado para apurar suposta participação do ex-senador em esquema de propinas investigado pela Lava Jato.
De acordo com o inquérito, Vital do Rêgo teria recebido propina de cartel de empreiteiras quando era presidente da CPI da Petrobras, em 2014. Segundo a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, o Supremo deve manter a decisão de arquivar apenas a apuração relativa ao crime de falsidade ideológica eleitoral e remeter os autos para a Justiça Federal de Curitiba, para prosseguimento da investigação.
Pra entender – No inquérito foram denunciados Vital do Rêgo e o ex-deputado federal Marco Maia, que teriam recebido propina para evitar a convocação de diretores da OAS pela CPMI da Petrobras. A 2ª Turma do Supremo determinou o envio dos autos para investigação pela 13ª Vara Federal de Curitiba, com arquivamento da apuração relativa ao delito previsto art. 350 do Código Eleitoral.
Vital do Rêgo recorreu da decisão, pedindo o trancamento imediato da ação em curso na primeira instância, o arquivamento total do caso, com envio dos autos para a Justiça Eleitoral, e a liberação dos valores bloqueados.
Depois de voto divergente apresentado pelo ministro Gilmar Mendes e da decisão pelo reexame do caso por parte do relator, ministro Edson Fachin, a 2ª Turma acabou suspendendo a ação penal na primeira instância, até a decisão final. No parecer, o MPF defende que o caso seja conduzido pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
R$ 3 milhões – Segundo Lindôra, o próprio Supremo apontou a necessidade de continuidade das investigações, seguindo parecer da PGR, e tendo em vista as provas já reunidas, a complexidade da apuração e a necessidade de realização de novas diligências. Além disso, ela argumenta que Vital do Rêgo já foi denunciado em primeira instância, pelo recebimento de R$ 3 milhões da empreiteira OAS.
“Nesse contexto, a decisão de recebimento da denúncia pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba reforça o pronunciamento do titular da ação penal acerca da justa causa para a ação penal e afasta, em definitivo, o pronunciamento de arquivamento da investigação”, concluiu Lindôra.