Sandra faz que rompe, volta atrás e termina sem sair do lugar
Vamos combinar: a combativa ex-vereadora Sandra perdeu uma ótima oportunidade de ficar bem na fita. Nos últimos dias, andou criando uma intensa expectativa de que iria romper politicamente com seu tutor, o governador Ricardo Coutinho. Agora, vem a público externar contentamento com RC, mas decide permanecer a seu lado no PSB.
É notório que Sandra passou pelo mesmo processo que tantos outros aliados passaram com RC. Enquanto era útil, recebeu dele as proporcionais atenções. Uma vez que deixou de ter utilidade, foi para o descarte. Isso ocorreu com Nadja Palitot, que entregou o PSB de mão beijada a Ricardo, quando ele foi enxotado do PT. Depois, ele enxotou Nadja.
O mesmo se pode dizer de Manuel Júnior. O PMDB praticamente forçou Júnior a retirar sua candidatura para apoiar RC em 2004. Ele terminou como vice decorativo e, na primeira oportunidade, foi ejetado. E segue uma lista imensa: Guilherme Almeida, o grupo Gadelha e, mais recentemente, Alexandre Urquiza, Luciano Agra, Bira, Rossana Honorato, Nonato Bandeira.
Para defenestrar a todos eles, RC usou a mesma cartilha. Enquanto eram úteis, eram valorizados. Na medida em que não eram mais necessários ao seu projeto de poder, então foram afastados. Primeiro com indiferença, depois com golpes baixos, muitas vezes, usando terceiras pessoas, e finalmente descartados. Sandra foi apenas mais uma dessas personagens.
Então, diante da clara situação de abandono, Sandra só tinha duas alternativas politicamente corretas: ou ficar em silêncio, aguardando uma oportunidade para voltar à cena em seu próprio esquema, afinal o bom cabrito não berra. Ou, seguindo o exemplo dos demais, romper politicamente, com barulho, para mostrar um divisor de águas. Ela não fez uma coisa, nem outra.