Santiago deseja retomar mandato de Cássio na Justiça
Quem pensa que o ex-senador Wilson Santiago desistiu da ação para retomar o mandato de Cássio Cunha Lima está enganado. Durante sua passagem por João Pessoa, mesmo afirmando que a ação é de iniciativa do Ministério Público Eleitoral, Santiago admite ter esperanças de voltar ao Senado, com um veredicto favorável da Justiça.
Como se sabe, tramita junto ao Tribunal Superior Eleitoral ação, de interesse de Santiago, questionando como um parlamentar considerado inelegível pode continuar no mandato. Santiago entende que, se o TSE e o Supremo julgarem que um político está inelegível, então não pode assumir mandato. Santiago sonha retornar ao Senado por essa via.
Durante as negociações para aderir ao governador Ricardo Coutinho, Santiago chegou a dizer que nada tinha contra o senador Cássio, e que iria procurar conversar com o tucano para estabelecer uma convivência pacífica. Cássio revidou, afirmando que aceitaria a adesão de Santiago, desde que ele entrasse como soldado e não como general.
Nas eleições de 2010, Cássio recebeu 1.004.183 votos e foi o mais votado entre os candidatos ao Senado. Porém, com o indeferimento da sua candidatura pela Justiça Eleitoral, Vital do Rego Filho e Wilson Santiago, com 869.501 e 820.653 votos, respectivamente, foram considerados eleitos. Cássio decidiu recorrer ao TSE.
Em uma decisão apertada, os ministros do TSE mantiveram a decisão do TRE, sob a alegação de ter sido cassado por abuso de poder político e conduta vedada a agente público em 2009 pelo próprio tribunal em 17 de fevereiro de 2009. Mais uma vez o tucano recorreu da decisão da corte, e aguardou por nove meses até uma decisão do Supremo.
Os ministros do Supremo entenderam, então, que o tucano estava elegível nas eleições de 2010, uma vez que a Lei da Ficha Lima (nº 135) não foi aplicada naquele pleito, por ferir o princípio da anualidade. Com isso, determinaram a sua posse em lugar de Wilson Santiago. Em seguida, o Ministério Público protocolou ação, justificando que o senador Cássio não poderia seguir no mandato, por estar inelegível, uma vez que a Lei passou a viger após as eleições de 2010.