
A Justiça acaba de condenar o empresário Pietro Harley a mais de oito anos de prisão, além do pagamento de multa no valor de R$ 250 mil por seu envolvimento no escândalo dos livros, que foi desbaratado pelo Gaeco, no âmbito da Operação Calvário. Quem assinou a sentença foi o juiz Paulo Sandro Gomes de Lacerda (5ª Vara Criminal de Campina Grande).
Pietro foi denunciado por prática de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos e valores, referente a dois veículos no valor total de R$ 250 mil, um Chevrolet Camaro e um Fiat Strada. Os carros teriam sido comprados por Pietro, mas registrados em nome de Vamberto de Lima Barros, o que, para a Justiça, configura o crime de ocultação de bens.
Na sentença de Paulo Sandro, o empresário foi condenado também a 100 dias-multa pelos crimes de ocultação dos veículos Fiat Strada e Chevrolet Camaro. O início do cumprimento da pena, segundo o magistrado, deverá ser em regime fechado, a ser cumprido na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora, o Serrotão.
Pietro, no entanto, segue em liberdade, uma vez que o juiz concedeu ao réu o direito de apelar em liberdade. Já em relação a José Vamberto, em nome de quem estavam registrados os veículos, foi estabelecida a pena de seis anos de reclusão e 60 dias-multa. Para ele, o juiz determinou o início do cumprimento de pena em regime semiaberto, também na Penitenciária Serrotão.
Os acusados foram ainda sentenciados ao pagamento de R$ 250 mil como forma de reparação ao Estado da Paraíba. Este valor seria o montante estimado ao valor dos carros que foram ocultados e que teriam sido obtidos de forma ilegal.
Calvário – Em fevereiro de 2021, o Gaeco deflagrou, de uma vez, duas fases da operação, que teve como alvo contratos para aquisição de material didático, por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013.
As compras suspeitas realizadas pelo Estado atingiram R$ 4.499.995,50, enquanto as promovidas pela prefeitura chegaram a R$ 1.501.148,60. O desvio apurado foi, segundo a força-tarefa, da ordem R$ 2,3 milhões, “em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos”.
Na ocasião, a força-tarefa cumpriu mandados de prisão Coriolano (irmão do ex-governador Ricardo) Coutinho, Edvaldo Rosas, braço direito de Ricardo Coutinho e ex-presidente do PSB, além do empresário campinense Pietro Harley Dantas Félix. Coriolano, na oportunidade, já se encontrava preso por descumprir medidas cautelares de sentenças anteriores.
Durante a operação, carros de luxo foram apreendidos na casa do empresário Pietro Harley em Cabedelo, que seria um dos principais atores do escândalo, mas, segundo o Gaeco, toda a operação foi estruturada e azeitada por determinação de Ricardo Vieira Coutinho, por meio de seu irmão Coriolano Coutinho, através de Pietro Harley Dantas Felix”.
