SEGUE A CALVÁRIO Gilmar Mendes aciona juiz após Ricardo Coutinho pedir que ação penal com bloqueio de R$ 6,5 milhões seja julgada pela Justiça Eleitoral
O ministro Gilmar Mendes, relator da Operação Calvário junto ao Supremo Tribunal Federal, decidiu solicitar informações ao José Guedes Cavalcanti Neto (3ª Vara Criminal), quanto a decisões arbitradas no âmbito da Calvário, após ser acionado pelos advogados do ex-governador Ricardo Coutinho.
Em despacho, Gilmar determinou: “Solicitem-se informações da autoridade reclamada (juiz José Guedes). Após, abra-se vista à Procuradoria-Geral da República.” José Guedes determinou, em junho do ano passado, o bloqueio de R$ 20 milhões, divididos solidariamente entre Ricardo Coutinho (R$ 6,5 milhões) e mais oito indiciados no âmbito da Calvário.
Em nota, advogados de Ricardo Coutinho, negaram que o ex-governador tenha pedido o desbloqueio de R$ 6.597.156,19. Segundo a defesa, uma pedido foi protocolado, na última sexta (dia 23), ao STF para que uma medida cautelar e uma ação penal passassem a tramitar na Justiça Eleitoral. E não na 3ª Vara criminal, em João Pessoa.
Pra entender – Em junho do ano passado, o juiz José Guedes determinou o bloqueio de R$ 20 milhões, Além do ex-governador, Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Ney Suassuna, também foram responsabilizados Fabrício Suassuna, Aracilba Rocha, Edmon Gomes da Silva Filho, Saulo de Avelar Esteves e Sidney da Silva Schmid.
Eles integraram, segundo o Ministério Público, organização criminosa desbaratada pela Operação Calvário, acusada de desviar milhões dos cofres públicos nas áreas de Saúde e Educação.
Despacho – Segundo despacho do juiz José Guedes, a acusação diz respeito a contratação da Cruz Vermelha gaúcha, em julho de 2011, para terceirizar a administração do Hospital de Trauma.
A denúncia tem, entre outros elementos incriminadores, a delação do lobista Daniel Gomes da Silva, representante da Cruz Vermelha, que entregou mil horas de gravações, em diálogo com Ricardo Coutinho e outros envolvidos.
Em sua delação, Daniel revelou ter pago propinas aos integrantes do esquema, diz a denúncia: “No caso concreto, o grupo atuava de forma organizada e em colaboração. Passaram vários anos na gestão do governo do Estado da Paraíba, havendo fortes indícios de que os contratos indicados nos autos foram realizados de forma fraudulenta, beneficiando os indigitados em aporte financeiro milionário, consoante demonstrado na cautelar.”