Seis por meia dúzia: Governo cancela terceirização com OS e contrata outra sem licitação
Pense num Governo de fibra, meu caro Paiakan. Apesar de protestos de médicos, parecer contrário do TCE e denúncias da Imprensa, o governador RC contratou a empresa Fibra pra administrar a Maternidade Peregrino Filho, no início de 2012, elevando o repasse mensal de R$ 180 mil pra mais de R$ 2,3 milhões, no mês seguinte à terceirização.
Pois, somente 14 meses depois, e repasse acima de R$ 32 milhões, o governador descobriu que a empresa era inidônea, mandando suspender o contrato de terceirização com a Maternidade Peregrino Filho. E alegou, para rescindir o contrato, a identificação de vícios e irregularidades, falsidade ideológica com mudança de CNPJ e descumprimento de termos do contrato.
Tudo que estava previsto ocorrer. Como se sabe, em 14 de março de 2012, o conselheiro André Carlo Torres, do TCE, emitiu parecer proibindo a terceirização da maternidade, da UPA de Guarabira e do Hospital de Taperoá. No mesmo período, a Imprensa descobriu várias irregularidades da empresa, em outros Estados onde terceirizou serviços de saúde.
O CRM e o Sindicato dos Médicos também alertaram o Governo do Estado para os riscos de entregar essas unidades de saúde a uma empresa com uma folha corrida, no mínimo, suspeita. Mesmo assim, o governador decidiu manter seu propósito de terceirizar as unidades. Agora, ante a iminência de problemas com a Justiça, o Governo decidiu rescindir o contrato.
Mas, para não perder o costume, o governador, em vez de reassumir o gerenciamento dos dois hospitais e da UPA, cuidou logo de contratar outra OS, no caso o Instituto Gerir, para administrar, de forma emergencial, as três unidades pelos próximos seis meses. O governador não consegue resistir à fúria privatista que implantou no Estado.