SEM VACINA CONTRA INTRIGA Secretários se desentendem por conta da distribuição de imunizantes em João Pessoa

É possível dizer que os secretários Fábio Rocha (Saúde, João Pessoa) e Geraldo Medeiros (Saúde, Estado), não estão vacinados contra intrigas. Pelo menos é o que se pode depreender da mais recente trocas de farpas entre os dois, por conta da distribuição de vacinas.

É também possível que o governador João Azevedo e o prefeito Cícero Lucena não estejam envolvidos no entrevero, mas, olhando à distância, há quem aposte que o vírus da discórdia está no ar que os dois respiram, apesar das recente parcerias celebradas por obras em João Pessoa, até com fervor.

Mas, o fato é que divergências entre os secretários ganharam domínio público por conta da distribuição das vacinas pelo governo. O detalhe é que dificilmente alguém pode imaginar que os secretários falam à reveliam dos seus chefes. O que leva o entrevero para uma oitava mais acima.

Foi Fábio, conhecido pela estilo mais do que franco, que primeiro abriu fogo ao denunciar falta de transparência na remessa de doses para a prefeitura de João Pessoa. E pior: “Há uma tentativa de diminuir a velocidade de vacinação em João Pessoa… E, como secretário de Saúde, não vou aceitar isso.”

Na sequência, Geraldo Medeiros rebateu, afirmando que não tem notícia de qualquer solicitação (mais vacinas) por parte da prefeitura, ou mais especificamente, do seu colega Fábio. Geraldo ainda pontuou não entender o desabafo do colega, afirmando que a atenção da sua secretária sempre foi distribuir as vacinas.

Essa, só para relembrar, já é a segunda dose do embate entre eles. Em fevereiro, Fábio já havia se queixado, inclusive, da forma como o governo do Estado estava editando seus decretos, com restrições que, segundo ele, seriam um abuso. O governo reagiu e apertou ainda com mais restrições.

Mais, recentemente, na segunda dose, um decreto de Cícero foi à contramão de um emitido por João. E o caso terminou na Justiça. Resumo da ópera: não está fácil respirar este ar contaminado de desconfianças mútuas. Resta aguardar para averiguar se a encrenca dos secretários vai ou subir para o primeiro andar.