Senadores se unem pra impedir saída da Petrobrás de Cabedelo. Governador silencia
Em meio às turbulências que as labaredas do escândalo do Jampa Digital levantaram na Paraíba não dá pra desconhecer a iniciativa de dois senadores adversários, mas unidos pela mesma causa: o tucano Cássio Cunha e o peemedebista Vital Filho irmanaram forças para impedir que o Porto de Cabedelo perca o terminal de cargas da Petrobrás.
A iminência da Petrobrás trocar Cabedelo pelo Porto de Suape já havia sido alertada pelos deputados Trócolli Júnior e Carlos Batinga. Mas, agora, os pesos-pesados decidiram entrar no jogo. Vital pediu audiências com o Ministério das Minas e Energia e a Petrobrás para impedir a transferência. Já Cássio quer mobilizar a bancada federal para reagir.
Segundo o tucano, a transferência representaria “mais um duro grande golpe na economia da Paraíba”. Estudos técnicos preliminares sinalizam para prejuízos na casa dos R$ 300 milhões por ano. “Nenhum Estado, e muito menos a Paraíba, pode se dar ao luxo de perder essa quantidade de recursos. Por isso, devemos reunir a bancada imediatamente”, assinalou.
“Não podemos permitir que, mais uma vez, a Paraíba possa perder para Pernambuco, para quem, aliás, tem perdido tantos investimentos. É inadmissível que isto ocorra”, pontuou o senador, lembrando que o Porto de Cabedelo já vive um momento difícil, “por conta de investimentos e projetos aquém das expectativas dos paraibanos, o que contribui cada vez mais para que o nosso porto perca competitividade, sobretudo para Suape”.
O estranho nessa polêmica toda é o silêncio do governador Ricardo Coutinho que, apesar de ter conhecimento do problema, não tem adotado nenhuma medida para reagir à pretensão da Petrobrás. O próprio coordenador das Docas de Cabedelo, Wilbur Jácome, já admitiu a possibilidade da transferência e os prejuízos que isso causará a Cabedelo e, claro, à Paraíba.
O silêncio do governador RC terá a ver com o fato de ser aliado do vizinho Eduardo Campos, presidente do seu partido?