Será que o eleitor avaliza o ataque pessoal entre os candidatos?
Há quem afirme que em política feio é perder, e seguindo essa lógica vale tudo para vencer uma eleição. Mas, talvez a maioria do eleitorado não pense exatamente assim. Até defende uma natural agressividade do seu candidato no enfrentamento contra seu adversário, mas pode ser que não avalize o embate de baixo nível.
A recente troca de farpas pesadas entre os candidatos Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho pode ter acendido o ímpeto da militância, mas talvez não deva ser uma estratégia a ser seguida ao longo de toda a campanha. É lógico que o eleitor sabe do acirramento que passou a reinar entre eles, após o rompimento do senador Cássio.
E, embora o eleitor compreenda as motivações dos candidatos, certamente chegará a hora em que cobrará mais do que uma guerra sangrenta entre eles. Além do mais, uma vez aceso o estopim de um embate tão incendiário, não se sabe como pode acabar. Nem quantas vítimas pode vir a fazer. Porque talvez não valha tudo pra vencer uma eleição.
O debate pode (e em algumas situações deve) ser acalorado, mas sem descer ao ataque pessoal. A refrega de viés pessoal pode incendiar uma campanha de forma absolutamente imprevisível. É bem provável que o eleitor esteja bem menos interessado nos punhos do candidato, do que em sua biografia administrativa. E quer saber com certeza o que ele poderá oferecer ao futuro do Estado.
A luta livre talvez seja mais adequada no octógono.