Servidores denunciam em redes sociais esquema de “gafanhotagem” no listão dos codificados
A divulgação do listão dos codificados do Governo Ricardo Coutinho, no final de semana, desencadeou uma avalanche de veiculações nas redes sociais de pessoas denunciando que, apesar de estarem na relação, não recebem os valores veiculados pelo Tribunal de Contas do Estado. O listão, como se sabe, foi liberado pelo TCE, por iniciativa do Sindifisco.
Se não for erro de digitalização dos dados fornecidos pelo Tribunal, os indícios são de um monumental esquema de gafanhotagem. No jargão político, gafanhotagem é precisamente a drenagem de parte dos vencimentos de servidores para outras finalidades, com ou sem o seu conhecimento. E, pelo visto, no caso desses codificados da Saúde, eles não sabiam. Tanto que estão denunciando.
Como os codificados não têm contracheque, eles só ficam sabendo do pagamento na boca do caixa, quando apresentam o CPF para receber seus vencimentos. Assim, não têm conhecimento de quanto realmente consta, digamos, tecnicamente, na folha de pessoal. Se for mesmo verdade esse esquema de gafanhotagem, para onde estará indo o dinheiro? E quanto na verdade está sendo desviado?
Perguntas que o agente pagador, no caso o Banco do Brasil, pode responder. Com a palavra também o Tribunal de Contas do Estado, a quem cabe, pelo menos em tese, fiscalizar esses pagamentos.
O que diz a lei – O crime de “gafanhotagem” é uma considerada uma infração, conforme está capitulado no Art. 7º, X da Constituição Federal, que fala sobre a “proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa”.