Servidores do Hemocentro “dão o sangue” mas Governo atrasa seus vencimentos
Caos no Hemocentro de João Pessoa. Resumindo esse foi o quadro que os funcionários do Hemocentro pintaram para o ouvidor do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público Estadual. Mas, dois meses após a denúncia, não houve qualquer fiscalização para comprovar a sua veracidade por parte do TCE ou do MP.
Os funcionários informaram ao Blog que o “pagamento da produtividade está atrasado há mais de dois meses e quinze dias”. E é que os recursos são repassados pelo Ministério da Saúde para o Estado. Os servidores tentaram uma audiência com o secretário de Saúde, “porém ele é mais difícil do que falar com a presidente Dilma”.
Afora o atraso no pagamento da produtividade, que representa a maior parte dos vencimentos dos servidores, há outras graves irregularidades que remetem à diretora do Hemocentro, Sandra Sobreira. Vai do fechamento de sanitários destinados aos funcionários até á colocação de câmeras “nos locais onde os pacientes são atendidos, o que é ilegal”.
Conforme o Blog apurou são 270 funcionários que convivem nessas circunstâncias caóticas, sem banheiros adequados, trabalhando sob vigilância de câmeras em locais proibidos pela legislação e o atraso dos seus pagamentos: “Nós não temos mais a quem recorrer. A promotora da Saúde poderia verificar a situação, mas sequer nos atendeu.”
Os funcionários estão inclinados a marchar até a Assembleia, para levar o caso “diretamente aos deputados, para que eles venham verificar pessoalmente a nossa situação e acionem a Justiça em nosso favor, é muita humilhação”. A produtividade vai de R$ R$ 583 (pessoal de nível médio), a R$ 1.166,00 (nível superior).
“A verdade é que o dinheiro vem do Ministério da Saúde e se perde em algum local na Secretaria de Saúde, certamente para beneficiar alguém que talvez nem precise como nós, funcionários”, desabafou por fim uma das funcionárias do Hemocentro.