Sintep recorre contra decisão de desembargador pela ilegalidade da greve
Mais um capítulo na queda de braço entre o Governo do Estado e os professores da rede estadual, ora em greve. A direção do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação) protocolar na manhã desta segunda (dia 27), um recurso contra decretação da ilegalidade da paralisação e anunciou que vai manter a paralisação.
Como se sabe, na última sexta-feira, o desembargador João Alves da Silva havia sentenciado pela ilegalidade da greve, estipulando um prazo de 48 horas para os professores voltarem às salas de aula, além de multa no valor de R$ 5 mil por dia e corte de ponto dos servidores. Em seu despacho, o magistrado acentuou que educação é um serviço essencial e a população não pode ficar privada das aulas.
Os professores estão em greve desde 31 de março. Eles reivindicam reajuste de 13,01%, para acompanhar o Piso Nacional de Salários definido pelo Governo Federal. Também pedem reajuste de 9% e regime de trabalho T-30 para funcionários, mas uma revisão do plano de cargos e aprovação do PCCR dos funcionários de apoio.
Nesta terça-feira (dia 28), os docentes voltam a se reunir em todas as regionais para realizar assembleias e, na quarta-feira, será realizada uma assembleia geral em João Pessoa.
Confira a nota do Sintep na íntegra:
“Mais uma vez temos que enfrentar a ira do GOVERNO RICARDO COUTINHO. Devemos resistir. Nesta segunda, a direção do SINTEP vai entrar com RECURSO contra a decisão de ilegalidade da greve dos Trabalhadores em Educação da Paraíba ilegal. No dia 28 de abril, em todas as regionais acontecerão assembleias regionais e no dia 29, quarta-feira, ASSEMBLEIA GERAL em João Pessoa
A GREVE CONTINUA!
ASSEMBLEIA DA 3ª REGIONAL
TERÇA-FEIRA, 28 DE ABRIL, AS 9 HORAS – EM FRENTE A GERENCIA REGIONAL DE ENSINO – CAMPINA GRANDE
ILEGAL e IMORAL é O GOVERNADOR RICARDO COUTINHO, pois,
- Rasgou o PCCR do Magistério; reajustando A CLASSE A (Professores com formação em nível médio) , NO NÍVEL 1, em 20% E NOS DEMAIS NIVEIS da CLASSE A e nas CLASSES B, C, D e E(respectivamente com formação superior, especialização, mestrado e doutorado) , foi apenas 4,5% em janeiro e 4,5% em outubro,
- O último concurso para a Classe A, foi realizado em 1993, ou seja, os professores daquele concurso que não concluíram curso superior, estão na classe V e esses professores só tiveram, apenas 4,5%,
- Que ao fazer propaganda de que teria reajustado os salários do MAGISTÉRIO em 20%, o GOVERNADOR RICARDO COUTINHO está MENTIDO MUITO, tentando enganar a opinião pública,
- Que aos servidores técnicos administrativos o governador concedeu apenas 1% de reajuste e para os servidores que trabalham em escolas de João Pessoa e de Campina Grande, retirou a bolsa alimentação que era de R$ 60,00; ficando a remuneração com menos R$ 52,00,
- Que várias escolas estão sem a mínima condição de funcionamento,
- Que faz rodízio de professores e servidores através de indicações políticas partidárias. Servidores com mais de 20 anos são excluídos de forma desrespeitosa para entrar um outro indicado por um politiqueiro da base governista A decisão da justiça é imoral. Desembargadores recebem altos salários e tem vários privilégios, não estão nem ai com a situação dos professores e dos técnicos administrativos, nem da situação do povo pobre. Esses burocratas detestam movimentos sociais estão ao lado dos ricos, por isso, em todos os estados decretam a ilegalidade da greve e ainda determinam multas pesadas contra os sindicatos.
- Mas não vamos parar de lutar, vamos continuar com a greve e quando um dia a greve for encerrada, continuaremos protestando contra o GOVERNO RICARDO COUTINHO que é autoritário, sem compromisso e mentiroso.”
A nota é assinada pelo diretor Sizenando Leal Cruz