SÓ NA PARAÍBA… O tornozelado Coriolano aciona Justiça contra Gaeco por investigar propriedade suspeita de ser de Ricardo Coutinho em Bananeiras
Algumas coisas parecem só acontecer na Paraíba, meu caro Paiakan. Pois não é que Coriolano (irmão de Ricardo) Coutinho teve a audácia de acionar a Justiça contra o Gaeco, por conta da ação promovida na madrugada do último dia 15 em sua propriedade, em Bananeiras? O mesmo Coriolano, um dos tornozelados integrantes da organização criminosa desbaratada pela Operação Calvário.
Coriolano, através de seus advogados, acionou o desembargador Ricardo Vital, relator dos feitos da Calvário, requerendo para “notificar os órgãos disciplinares das autoridades envolvidas na citada ação para a abertura de procedimento disciplinar voltado a apurar os supostos ilícitos cometidos por seus órgãos, representantes ou agentes relacionados com os fatos apresentados neste petitório.”
Eles também requerem que o desembargador “ordene/notifique os representantes do órgão ministerial, bem como das autoridades e agentes sob comando e gestão do Ministério Público Estadual, ordenando que se abstenham de promover futuras ações ou medidas da mesma natureza da supramencionada, sem que possuam a devida autorização judicial para tanto”.
O detalhe é que essa propriedade encontra-se entre os bens sequestrados dos integrantes da Orcrim, por determinação judicial, para repor o Estado da Paraíba dos prejuízos causados pelo esquema criminosa da ordem de R$ 134,2 milhões, conforme levantamento preliminar do Ministério Público. O dinheiro foi desviado através de organizações sociais para enriquecimento ilícito e compra de votos em campanhas eleitorais.
Propriedade – A propriedade a que se referem os advogados é questionada se não pertence, em verdade, ao ex Ricardo Coutinho. Recentemente, o Gaeco reuniu inúmeros documentos, como contas de energia elétrica e compras de materiais, todas em nome do ex-governador, sinalizando para a possibilidade de ocultação de bens.
Em 2015, o ex-secretário Francisco Barreto chegou a questionar se Coriolano, como simples assessor, teria condições de adquirir uma propriedade de 70 hectares, com valor estimado acima de R$ 3 milhões. A ex-primeira-dama Pâmela Bório, em entrevista ao Intrometidos, confirmou ter presenciado as tratativas do próprio Ricardo Coutinho para comprar a propriedade o que, segunda ela, viria se confirmar posteriormente: “Não é de Coriolano, é dele”.
Ação – Na madrugada do dia 15, uma força-tarefa do Gaeco foi até a propriedade, atendendo denúncia de moradores da região, diante de um fato atípico: a casa da propriedade encontrava-se totalmente iluminada, inclusive como holofotes, indicando a existência de movimentação, envolvendo, ou seus proprietários, ou pessoas próximas.
E, como se sabe, tanto Coriolano, quando Ricardo Coutinho, estão impedidos de deixar João Pessoa, sem autorização judicial. Os policiais militares, acionados pelo Gaeco, foram, então, verificar exatamente o que estava acontecendo. O fato levou o caseiro procurar, sob orientação de seus proprietários, uma delegacia para prestar um Boletim de Ocorrência.