O fato é, meu caro Paiakan, que o assunto começa a virar especulação nos bastidores. Seguinte: fala-se que o prefeito Nabor Wanderley (Republicanos) estaria, na condição de pré-candidato ao Senado, guardando a vaga para seu filho, o deputado Hugo Motta (Republicanos).
Caso a candidatura de Nabor realmente cresça e se torne competitiva a ponto de ombrer, em condições de ganhar, na disputa contra os atuais favoritos senador Veneziano (MDB) e o governador João Azevedo (PSB), então, sim, Nabor deverá seguir com sua candidatura turbinada por Hugo.
Mas, se Nabor não se viabilizar a este ponto, então Hugo vai avaliar o cenário. Se perceber que tem condições de disputar a reeleição na presidência da Câmara, como é seu desejo, tudo bem Nabor segue de todo jeito como candidato ao Senado, e ele, Motta, vai pra reeleição.
Se, contudo, Hugo identificar dificuldades para se reeleger presidente, então deverá avaliar, seriamente, a possibilidade de disputar o Senado, considerando que, estudos em seu poder, indicam que, numa eventual candidatura, suas chances são bem maiores que as de Nabor.
Com tem vários condicionantes no caminho, resta aguardar os acontecimentos, considerando que Hugo, a preço de hoje, terá muitas, muitas dificuldades para uma reeleição a presidente. Ele sabe disso, e tenta, neste momento, readquirir a condição de favorito.
O problema é que, só pra citar um exemplo, ele pautar o projeto da Anistia, que é a pedra angular de suas angústias, sabe que o Planalto, de braços com o Supremo Tribunal Federal, irá retaliar. E usará armamento de grosso calibre, como já deu demonstrações. Se não pautar, perde o apoio da direita. Nos dois cenários, sua reeleição estará ameaçada.
E assim caminha a humanidade, meu caro Paiakan.
