SERIAM AMEAÇAS? Forças ocultas estariam operando para impedir que MP cancele comenda dada a Ricardo Coutinho
Forças ocultas estariam operando para emperrar o processo de julgamento do pedido de anulação da medalha concedida pelo Ministério Público da Paraíba a Ricardo Coutinho. Desde 8 de janeiro do ano passado, como se sabe, segue em tramitação e sem julgamento, ação que pede a cassação de comenda conferida ao ex-governador, em 4 de dezembro de 2018, no apagar das luzes de seu governo.
Há quem comente ainda, extraoficialmente, que o ex-governador teria enviado mensagem a alguns membros do MP, indicando que poderia não ficar muito satisfeito caso a comenda venha mesmo a ser retirada. Pode ser, pode não ser. A verdade é que, em alguns momentos, Ricardo Coutinho esteve, enquanto governador, muito próximo de personagens do MP.
Trata-se da maior comenda entregue pelo MP a autoridades que se destaquem pela probidade administrativa e combate à corrupção. O pedido de cancelamento foi protocolado pelo defensor e policial aposentado José Espínola da Costa, após a deflagração da Operação Calvário 7, a prisão de Ricardo Coutinho, e, posteriormente, às medidas cautelares com o uso de tornozeleira.
Segundo Espínola, “sendo Ricardo Coutinho o chefe de uma organização criminosa, não cabe ter tal honraria”. Desde janeiro do ano passado, o pedido tramita sem um desfecho. Sabe-se, contudo, que o processo está com o procurador Francisco Sagres Vieira.
Comenda – A medalha José Américo de Almeida foi criada pelo Ministério Público da Paraíba em 1997 precisamente para homenagear personalidades. A medalha possui três categorias: Alta Distinção (folheada em ouro é a mais elevada), Distinção em prata e Bons Serviços.
Ricardo Coutinho recebeu a de alta distinção. Portando, foi de se supor que, na avaliação da PGE, o ex-governador merecia toda a distinção por sua “atuação” como gestor. A ironia foi o próprio órgão que concedeu a honraria também estar por trás (via Gaeco) da Operação Calvário, que o levou à prisão.