Sobrou pra Imprensa: RC culpa jornalistas pelo aumento da violência na Paraíba
O governador Ricardo Coutinho faturou alguns pontos, antes do Natal, quando anunciou a redução no tamanho da máquina pública. Mas, perdeu todos quando, durantes os festejos natalinos, responsabilizou a Imprensa pelo aumento da criminalidade na Paraíba. Vamos repetir: responsabilizou a Imprensa pelo aumento da criminalidade na Paraíba.
Chegou a afirmar: “Você acorda e já fica sabendo dos crimes através dos programas de TV e rádio e isso cria uma sensação de violência.” Foi certamente uma das declarações mais ridículas que um governante já deu por essas latitudes. Ora, a Imprensa divulga porque OS FATOS ACONTECEM. Não é a Imprensa quem cria os fatos.
O que o governador quer, afinal? Censurar a Imprensa? Impedir que os jornalistas exerçam sua atividade livremente? Pelo visto, o governador deseja que a Imprensa esconda da população a crônica policial, que levou João Pessoa a se tornar a 9ª cidade mais violenta do mundo. Vamos repetir: a 9ª cidade mais violenta do mundo, entre aqueles onde não há guerra, claro.
Ou ainda mais: Campina Grande na 25ª posição no pavoroso ranking das 50 cidades mais violentas do mundo. E olha que o estudo foi realizado por uma ONG mexicana respeitada por suas estatísticas sobre a violência no mundo. Ou pior ainda: a Paraíba se encontrar entre os três Estados mais violentos do País, conforme dados dos Ministérios da Justiça e da Saúde.
Não foi a Imprensa que fechou delegacias, ou deixou de contratar os policiais concursados. Não é a Imprensa quem mantém um contencioso permanece com setores da Polícia Militar. Não é a Imprensa quem deveria apresentar um plano decente de combate à criminalidade e nunca apresentou. Não é a Imprensa que insiste em evitar diálogo com os servidores da área de Segurança.
Em vez de responsabilizar a Imprensa, que apenas está fazendo seu trabalho, o governador deveria, sim, mostrar competência e cumprir o que prometeu ainda em 2010, quando assegurou que acabaria com a violência no Estado com seis meses de gestão. Esse, sim, seria um bom presente de Papai Noel.