TEM HISTÓRICO DE ATAQUES João Azevedo denuncia novo surto de fúria de Ricardo Coutinho: “É uma obsessão”
Uma das declarações que mais repercutiram, durante o feriadão de réveillon, foi dada pelo governador João Azevedo, pontuando que o ex-governador Ricardo Coutinho, com suas últimas manifestações em redes sociais, só revela o quando se alimenta do ódio e tem uma obsessão por vingança.
João se refere às postagens em que o ex-governador trata da atual crise com a Policia Militar e toma uma invertida: “Uma das maiores queixas dos policiais, como se sabe, trata da bolsa-desempenho e, como se sabe, quem criou a bolsa-desempenho foi ele. Essa é a verdade. Ele tem uma obsessão. Ele tem que se preocupar com a eleição dele.”
O rompimento entre eles veio, especialmente, na esteira da Operação Calvário, quando o Gaeco desbaratou uma organização criminosa, liderada, segundo o Ministério Público, pelo próprio Ricardo Coutinho. O ex-governador, na ânsia de assumir o comando do PSB, terminou provocando a cisão entre eles.
Desde então, tem aumentado gradativamente o seu arsenal bélico contra o ex-aliado. Tem repetido, inclusive, alguns qualificativos como “traidor” e “incompetente”. Os últimos ataques ao governador tem mirado na sua estratégia de enfrentamento à crise com a Policia Militar.
Histórico – O caráter furibundo, iracundo e de maus-bofes do ex-governador vem desde sempre, eis a verdade. Quando, em 2004, estava em baixa nas pesquisas pela disputa à prefeitura de João Pessoa, foi implorar que Zé Maranhão retirasse a candidatura de Manuel Júnior para turbinar sua postulação a prefeito.
Maranhão conseguiu, a muito custo, convencer Manuel Júnior a se retirar da disputa a apoiar sua candidatura a prefeito. Uma vez eleito, em menos de seis meses, Ricardo Coutinho já tinha se intrigado do seu vice-prefeito, e Manuel Júnior deixou o posto para disputar a deputação federal.
Quatro anos depois, renegou miseravelmente a sugestão de Maranhão de indicar o deputado Gervásio Filho para seu vice, preferindo Luciano Agra para a vaga, já de olho num eventual rompimento com o próprio Maranhão. Na sequência, fez Cássio Cunha Lima interromper estudos nos Estados Unidos para apoiar sua candidatura ao governo.
Em abril de 2010, rompeu com Maranhão, e deixou a prefeitura para disputar o governo do Estado contra… Maranhão. Na sequência, fritou o então prefeito Luciano Agra, para tentar emplacar a sua aliada Estela Bezerra como prefeita de João Pessoa. Estela sequer foi para o segundo turno.
Pouco depois, após uma série de descortesias, defenestrou Cássio, para disputar a reeleição em 2014, contra… Cássio. E foi se valer do então prefeito Luciano Cartaxo, para quem tinha perdido em 2012 (com Estela). Foi apoiado por Cartaxo e… novamente Maranhão. Mas, a parceria durou poucos meses. Logo depois, afastou os dois no atacado.
Em 2018, sem candidato competitivo para disputar o governo e com receio da vice Lígia Feliciano, permaneceu no governo, e, turbinado pela dinheirama da Cruz Vermelha gaúcha e outras organizações sociais, elegeu João Azevedo e, segundo se vangloriou depois da eleição, também o senador Veneziano Vital do Rego, seis deputados federais e mais de 20 estaduais.
Em 2020, achando que ainda tinha prestígio eleitoral, saiu em faixa própria na disputa pela prefeitura de João Pessoa, atacando todos os demais adversários, muito especialmente o então prefeito Luciano Cartaxo, por ter lançado uma cunhada (Edilma Freire) na disputa. No final, a população deu o troco, e ele ficou em sexto na disputa.
Calvário – Em dezembro de 2019, foi preso no âmbito da Operação Calvário 7, com seu irmão Coriolano, seu advogado Francisco das Chagas Ferreira, além de ex-secretários e auxiliares próximos. Foi solto dois dias depois, passou a usar tornozeleira e cumprir várias cautelares. Todas já derrubadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
Considerado o chefão do esquema criminoso, desbarato pelo Gaeco, responde a mais de 22 ações penais remanescentes da Calvário. Várias dessas ações, inclusive, podem vir a ser julgados no primeiro semestre deste ano.
Inelegível – Em 2020, foi tornado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, no julgamento das AIJEs da PBPrev, Servidores e Empreender PB. Sua inelegibilidade vai até o mês de novembro e, a preço de hoje, não pode disputar as eleições, por estar impedido no ato de registro de candidaturas.
Além do mais, já teve as contas de 2016 e 2017 reprovadas à unanimidade pelo Tribunal de Contas do Estado. O processo de 2016 já foi enviada para a Assembleia, onde precisará de 50% dos votos mais um um para tentar reverter a decisão do TCE. Caso não consiga, será decretado inelegível novamente e, desta vez, até 2024.