Temer diz que não irá renunciar e aprofunda a crise no País
Há formalmente quatro maneiras de Michel Temer deixar a Presidência da República: renúncia unilateral, cassação pelo TSE (que já tem parecer favorável), impeachment (que já foi pedido) e se o Supremo acatar ação penal contra ele. Uma delas foi afastada pelo próprio Temer. Agora, no final da tarde, ele afirmou que não irá renunciar, em pronunciamento oficial a nação. Mas, era claramente, o pronunciamento de um moribundo.
Em seu esperado pronunciamento desta tarde, Temer foi enfático: “Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dubiedade e de dúvida não pode persistir por muito tempo.” E disse que irá provar sua inocência no Supremo.
Disse ainda: “Não temo nenhuma delação, nada tenho a esconder.. Nunca autorizei que se utilizasse meu nome… Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém… Meu Governo viveu nesta semana seu melhor e seu pior momento… Todo o esforço para tirar o país da recessão pode se tornar inútil.”
Temer, provavelmente, se referiu ao que o Banco Central chamou de fim oficial da recessão, além da queda da inflação e da volta da geração de empregos no País. Tudo suplantado, é claro, pela delação dos donos da JBS. Sua decisão de renunciar, no entanto, só tende a agravar a crise das últimas horas.