TERCEIRO MANDATO Lula toma posse com a missão de pacificar um País dividido
Não é apenas pelo fato do mundo em 2023 não ser o mesmo que em 2003, quando assumiu a presidência pela primeira vez. Não é também por não ter modernizado suas ideias em relação há duas décadas. É muito mais por encontrar um País rigorosamente dividido, rachado e em contencioso.
Esse o principal desafio que o presidente Lula terá pela frente: a necessidade de pacificar uma nação fracionada, com uma expressiva camada da população (estimada em mais de 58 milhões) insatisfeita com o resultado das urnas e, especialmente, afinada com uma ideologia conservadora. Algo que não teve em primeiro mandato.
E não será fácil. Sua militância quer vingança. Aliás, sua militância finalmente voltou às ruas, antes tomadas pelos militantes bolsonaristas, e lotou a Esplanada dos Ministérios, neste domingo (1/2023). Ele precisará dar uma resposta a seus aliados. Mas, também terá que dosar a vendeta em relação a Bolsonaro.
O Brasil espera que seja capaz de gerir a nação, algo que se espera de qualquer governante, mas também que seja hábil o suficiente para estabelecer um regime mínimo de paz. O País já tem sofrido demais com tantas divergências, até ódio entre familiares, e o momento exige reflexão, paz e concórdia, ainda que mantidas as diferenças.
É da essência da democracia a convivência dos contrários. Então, se exagerar na dose, poderá ser um veneno, não apenas para o País, como ele próprio. Não é possível realizar uma boa administração em clima de guerra. E não podemos torcer pelo pior. É como torcer para o piloto ao avião errar.
No mais, resta aguardar pelo que o novo velho Lula nos trará a partir de agora. E vale a máxima: quem ganha, governa, que perde, vai pra oposição.