Trauma reabre UTI mas escala médicos não pediatras para atender crianças
O Hospital de Trauma, sob direção Cruz Vermelha gaúcha, segue sua sina de problemas. Há duas semanas, a direção decidiu fechar a UTI Pediátrica, o que ensejou imediata denúncia do Conselho Regional de Medicina e uma representação do Ministério Público para que fosse reaberta, sob pena de multa. Pois, a UTI foi reaberta, mas a direção escalou médicos não pediatras para o atendimento.
Consta da escala da UTI Pediátrica deste final de semana o nome do médico Edvan Benevides, que vem a ser precisamente o diretor técnico, e não tem especialidade em pediatria. O fato constrangeu os demais médicos do hospital. Um deles indagou, em conversa com o Blog: “Você entregaria seu filho a um médico que não é pediatra, numa situação de emergência?”
“O primeiro atendimento é o que vai determinar, na sequência, a qualidade de vida do paciente, se ele irá ter uma boa recuperação ou não. Então, imagine um médico que não tem especialidade em pediatria atender a uma criança, numa situação de emergência, e o que poderá ocorrer. Trata-se de uma irresponsabilidade criminosa”, acrescentou o médico.
O problema é que a direção do hospital vem em permanente litígio com os médicos pediatras, com os quais se recusa a dialogar. O Conselho Regional de Medicina já foi cientificado, neste sábado (dia 20) do problema e deve, ao longo da semana, mais uma vez acionar o Ministério Público, para impedir que médicos não pediatras atuem na UTI, reaberta recentemente.
O problema de relacionamento não atinge apenas os pediatras. Da mesma forma que age, por exemplo, com os anestesistas. Segundo o Blog pode apurar, o secretário Waldson de Sousa (Saúde) prefere pagar R$ 3 mil para recém-formados do Rio de Janeiro, do que a médicos locais, que cobram apenas R$ 1 mil. “É uma discriminação odienta contra os médicos da Paraíba”, diz um deles.