TRE aciona PF pra investigar denúncia de invasão a núcleo de campanha
Uma campanha tão acirrada como esta ao Governo do Estado certamente não iria acabar sem um registro lamentável como esse. O fato é que, na manhã desse sábado, no apagar das luzes da disputa, integrantes Polícia Militar e Civil tentaram invadir o núcleo de campanha do candidato Cássio Cunha Lima (PSDB), alegando averiguação de uma pretensa denúncia anônima.
O caso foi parar na Polícia Federal, onde se constatou que os policiais nada encontraram no núcleo. A operação foi encarada como “um absurdo” da parte do Governo do Estado, e motivou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolada pelos advogados do candidato tucano, sob alegação de abuso de poder cometido por policiais.
Na operação, que teve um requinte cinematográfico, às margens da BR-230, onde funciona o núcleo da campanha do PSDB, o Governo mobilizou dezenas de cabos eleitorais girassóis e até de secretários como Luís Torres (Comunicação), Márcia Lucena (Educação), Célio Alves (adjunto da Comunicação), além do presidente do PSB, Edivaldo Rosas.
O advogado Harrisson Targino condenou a ação, e exigiu uma apuração rigorosa do caso: “Confesso que nunca vi algo igual, com o uso indevido da força pública em favor de uma candidatura na tentativa de agredir advogados, constranger coligação e tentar criar um fato político. É lamentável que tamanho abuso de poder e da máquina pública seja usada de forma escancarada e sem o mínimo o constrangimento.”
A Polícia Federal, acionada, decidiu apurar uma denúncia de que policiais militares e civis teriam tentado invadir um galpão, sem um mandado, de forma inteiramente irregular. O presidente do TRE, desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides, notificado do caso, também acionou o procurador regional eleitoral, Rodolfo Alves, o juiz e a promotora da 57ª Zona Eleitoral, bem como a Polícia Federal, para adotarem as providências pertinentes, a fim de apurar tudo.
O secretário Cláudio Lima (Segurança) descartou a ocorrência de abuso, e afirmou que os policiais agiram dentro da lei: “Eles fizeram uma abordagem normal de rua e a polícia pode abordar quem acha que precisa abordar”.