Triste a sina de Cabedelo: MP manda reabrir hospital interditado pelo CRM

Cabedelo, apesar de ter algumas das praias mais belas do Nordeste e o quarto (às vezes, terceiro) maior ICMS do Estado, não tem sorte. Nas últimas décadas, pegou uma sequência de maus gestores, alguns com contas pendentes, outros com problemas na Justiça, e houve o penúltimo (Luceninha), que simplesmente bateu em retirada. Sem falar que, há anos, a cidade sonha com um shopping, que nunca vem.

Apesar de ter o IPTU mais caro do País, as ruas da praia de Intermares, em sua maioria, não são pavimentadas. E, agora, além de queda, coice. O hospital municipal Padre Alfredo Barbosa, que passava por reformas, transformou-se numa lagoa e um problema para os pacientes. Foi interditado pelo Conselho Regional de Medicina, agrando ainda mais a situação dos que precisam de assistência hospitalar.

Dos males, o menor. O Ministério Público do Estado determinou, durante audiência realizada na noite desta quarta (dia 10), a reabertura do hospital, desde que a Prefeitura agilize, em caráter de urgência, as obras de reforma na coberta do prédio. Foi resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta, entre Prefeitura e MP.

De acordo com o promotor de Justiça Aluísio Cavalcanti Bezerra  (substituto da Curadoria da Saúde), o Auto de Interdição Ética Profissional (nº 10/2014.), expedido pelo CRM/PB, foi entendido como um “ato açodado e precipitado, com consequências irreparáveis ao interesse público, que deve predominar sobre qualquer interesse de ordem pessoal.”

A Prefeitura respira, diante do descalabro em que se encontra o hospital, e tem a oportunidade, a partir de agora, que vai encarar com seriedade a questão da saúde, até para que as palavras do prefeito Leto Viana não passem de mera demagogia, quando disse: “Infelizmente, estamos vivenciando essas dificuldades em decorrência da irresponsabilidade das gestões municipais dos últimos 20 anos.”

Nova vistoria – De acordo com o secretário Jairo Gama (Saúde), ficou acordada uma nova fiscalização do CRM para esta sexta-feira (12), pela manhã. Na ocasião, os técnicos do órgão vão analisar a suspensão da interdição da Urgência e Emergência do Hospital.