TUDO PELAS URNAS Lula “perdoa Veneziano” e diz que dialoga com todos que votaram pelo impeachment de Dilma
O presidenciável Lula produziu, nas últimas horas, mais uma declaração polêmica, dentre as muitas que tem caracterizado seu discurso de pré-campanha.
Depois de falar em defesa do aborto, regulação da mídia, revogação das reformas trabalhista e previdenciária, Lula assume, publicamente, que está disposto a tudo para confirmar seu retorno à Presidência da República.
Sua declaração diz muito: “Eu não faço política parado no tempo e no espaço. Eu faço política vivendo o momento que estou vivendo. E agora estou conversando com muita gente que participou do golpe com a Dilma. Porque se não conversar, não faz política.”
É questionável se o petista chegou a consulta a companheira Dilma Rousseff sobre seu novo entendimento quanto ao seu impeachment. Pelo visto, Lula perdoou aqueles que o PT sempre considerou com os algozes de Dilma. Pode ser lido como a necessidade de garantir a eleição, ainda que as pesquisas mostrem seu extraordinário índice na disputa.
Recente pesquisa do DataFolha, por exemplo, mostra uma diferença abissal de Lula (48% da intenção de votos) sobre Bolsonaro (27%), o que, a preço de hoje, já definiria a parada no primeiro turno. Em tese, nem precisaria ir atrás os algozes de Dilma. Mas, pelo visto, Lula revela certa dúvida na disputa.
Na Paraíba, nove dos 12 deputados federais, votaram pelo impeachment de Dilma. O mais notório, dada a atual conjuntura de pré-candidatura, é o senador Veneziano Vital do Rego. Veneziano, como se sabe, é o parceiro preferencial de parte do PT para compor palanque de Lula.
A ironia atende pelo nome de Wellington Roberto: ele votou contra o impeachment e, curiosamente, integra hoje a força-tarefa de apoio a Bolsonaro na Paraíba. Além de Wellington, apenas Luiz Couto e Damião Feliciano emparedaram com Dilma.
E esta é apenas uma das muitas curiosidades que têm marcado as eleições atípicas deste ano.