Tuitadas: quando a emenda sai pior do que o soneto
Ficou a impressão de que o senador Cássio Cunha Lima tentou emendar o soneto dos twitters em que cobrou paternidade das obras, como o Centro de Convenções, que foram desmerecidas pelo governador Ricardo Coutinho em sua mídia oficial. Mas, o efeito talvez não tenha sido o esperado. Quase sempre a emenda sai pior do que o soneto.
Diante de toda a repercussão que suas tuitadas causaram, Cássio amenizou as críticas a Ricardo Coutinho e passou uma impressão estranha à sociedade. De quebra, transferiu as pancadas ao ex-governador Zé Maranhão. Ficou pior, porque toda a Paraíba sabe muito bem que foi ele, Cássio, quem elaborou o projeto do Centro de Convenções…
… Mas, toda a Paraíba também sabe que o projeto desenvolvido em seu Governo foi rejeitado na origem pelo TCU, por… superfaturamento. Talvez tenha sido o primeiro caso do gênero. Além do mais, o governo Zé Maranhão, que o sucedeu, não apenas corrigiu o projeto, como deu início e repassou as obras com mais de 30% realizadas.
Então, para corrigir o soneto, o senador poderia simplesmente dizer que a obra, em vez de ser anunciada como do Governo Ricardo Coutinho, trata-se de uma obra do povo. O dinheiro, afinal, é do povo. Qualquer governante, minimamente, republicano sabe que precisa dar sequencia às obras iniciadas por anteriores, e isto não é mérito, é obrigação.
Se brincar, vai ficar a impressão de que o senador cometeu as tuitadas por um impulso e, depois, diante da repercussão e, sobretudo, da reação gélida do governador, preferiu não comprometer a aliança. Ou talvez fique a ideia de que deu uma batidinha de leve para tentar dissociar RC da candidatura de Romero Rodrigues. E, uma vez alcançado o efeito, pôs panos quentes.
Mas, a verdade é que toda a Paraíba sabe que o senador tem andado magoado com o governador, porque, apesar de ter sido o responsável por sua eleição, não tem recebido a merecida gratidão. A menos que ele considere suficientes a nomeação de aliados e, como se diz na praça, também a acomodação de interesses de parentes e amigos nos escaninhos do Governo.