Um prefeito indo e voltando. E revoltando
É curioso como prefeito Luciano Agra, com suas idas e vindas, consegue decepcionar e revoltar os seus aliados, fazer a festa da oposição e causar perplexidade à opinião pública. O seu comportamento nesse episódio do projeto que alterava a linha de sucessão municipal bem mais do que surrealista, foi hilário.
Afinal, por que Agra decidiu retirar de pauta uma mensagem que havia enviado à Câmara, há poucos dias, com um pedido de urgência? Do nada? Seu comportamento surpreendente alimentou, e com toda razão, uma indústria de especulações em torno de sua atitude. Afinal, o que deu no ainda prefeito?
Há especulações para todos os gostos. Numa delas, o prefeito socialista teria confessado que não assinou o projeto. Ora, mas se ele não assinou, de quem é a assinatura que subscreve a mensagem 052/2012? Se essa informação for verdade é o caso de acionar a polícia, pra investigar a falsificação de assinatura.
Tudo bem. Não é a primeira que a sua turma se envolve com esse tipo de prática. Desde os tempos do velho PT de guerra. É fato que integrantes do atual coletivo foram apontados por militantes petistas de falsificarem assinatura de ata do partido. O imbróglio resultou até na expulsão de Ricardo Coutinho.
Não faz muito tempo, membros do girassol foram (novamente) acusados de falsificação de assinatura de atas do PSB, pelo deputado Guilherme Almeida. A denúncia foi parar na da Justiça, onde ainda dorme em alguma gaveta. Mas, a verdade é que há um histórico. Esse, então, pode ser mais um caso de polícia.
Mas, e se Agra assinou sem saber? Acontece. Muitas vezes, o gestor recebe uma pilha de documentos para assinar, confia em quem traz os papeis e termina pondo a assinatura onde não devia. Ou pode ter assinado sem avaliar bem as consequências. Nos dois casos, é flagrante a culpa de sua assessoria.
Como é um prefeito indo e voltando, ele não tem nenhum problema em voltar atrás mais uma vez. Foi assim em inúmeros episódios. O mais recente e impressionante, quando renunciou à disputa da reeleição e, logo depois, decidiu renunciar à renúncia. Por duas vezes. Só não conseguiu ir e vir, porque RC impediu.
Ou será que alguém está realmente querendo dar um golpe em Agra, forçando-o a renunciar ao mandato na Prefeitura? Não é impossível. Ou pode ser que o próprio prefeito queira dar um golpe nos seus mentores, renunciando só pra ver o circo pegar fogo. Se é que pode atear ainda mais fogo.
De qualquer forma, o prefeito acaba de protagonizar um dos episódios mais grotescos da política da Paraíba. Mais um.