Os caminhos dos senadores Efraim Filho (União Brasil) e Veneziano Vital do Rego (MDB), que vinham operando em sintonia pelas oposições na Paraíba, aparentemente, começam a se bifurcar em relação às eleições do príximo ano, meu caro Paiakan.
O clima azedou quando Efraim admitiu avanço em entendimentos com o PL de Marcelo Queiroga, sinalizando alinhamento com o bolsonarismo. Efraim tem o PL como porto seguro, para o caso de não emplacar o comando a federação de seu partido com o Progressistas de Lucas e Aguinaldo Ribeiro.
E há chances de não emplacar, uma vez que é visível como o governador João Azevedo (PSB) deve deixar o Governo para disputar a senatoria. Cenário que catapulta Lucas ao comando do Estado, tornando-se candidato “natural” à reeleição como tem dito Aguinaldo. E, nestas circunstâncias, o Progressistas deve assumir a federação.
As declarações de Efraim não agradaram Veneziano, que, imediatamente, reagiu afirmando que não teria como compor chapa com ele, fazendo dobradinha com o PL e foi enfático: “Não tenho condições. Como vou estar num palanque cuja candidatura do PL é a candidatura do bolsonarismo?”A simpatia de Efraim com o bolsonarismo vem de muito tempo. Inclusive, votou em Bolsonaro, nas eleições de 2022.
Diante desse cenário, é praticamente inevitável o distanciamento com Veneziano, com quem esteve nas eleições do ano passado, em Campina Grande, em torno da eleição do prefeito Bruno Cunha Lima. Aliás, o afastamento deve se estender também ao ex-deputado Pedro Cunha Lima, hoje bem afinado com o PSD de Kassab, que já se afastou do presidente Lula e opera por uma candidatura do governador Tarcísio de Freitas a presidente.
Resta saber como as oposições vão tentar montar o cenário com os novos desdobramentos, meu caro Paiakan. Mas, pelo andar da carruagem, é bem possível que largue com duas chapas. Uma mais bolsonarista, liderada por Efraim, outra mais de centro-esquerda, com Veneziano e Pedro.