Revolta entre servidores dos Correios e Telégrafos. Os hospitais credenciados no Postal Saúde decidiram encerrar o atendimento, por conta da inadimplência da empresa. Segundo relatos de funcionários ao Blog, houve uma tentativa de negociação, para não haver prejuízo no atendimento médico-hospitalar, mas a falta de pagamentos, desde de novembro do ano passado, tem inviabilizado um desfecho favorável.
Caso a empresa não faça o repasse dos pagamentos até esta quinta-feira (10/04), junto ao Postal Saúde, a dívida vai bater na casa dos R$ 600 milhões. A interrupção de atendimento atinge funcionários e seus dependentes, por falta de cobertura. O plano de saúde contava com uma rede credenciada de aproximadamente 13 mil prestadores em todo o Brasil, mas vários deles estão encerrando seus contratos.
Segundo reportagem da Revista Veja, historicamente os Correios destinavam, mensalmente, cerca de R$ 170 milhões mensais à Postal Saúde, totalizando R$ 2 bilhões por ano. O detalhe é que, apesar da suspensão da cobertura médico-hospitalar, os funcionários continuam tendo valores descontados na folha de pagamento, o que aumenta ainda mais a revolta nas categorias afetadas.
Situação grave – Segundo a Adcap (Associação dos Profissionais dos Correios), a estatal postal brasileira estaria em uma situação de “pré-insolvência” que poderia inclusive levar ao atraso no pagamento dos salários dos servidores nos próximos meses: “A empresa, que já foi um dos maiores patrimônios logísticos do país, hoje se encontra em uma situação crítica, chegando ao que especialistas chamam de fundo do poço.”
Patrocínios – Os Correios experimentaram, em 2024, um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões em 2024, com projeção para um rombo ainda maior em 2025. Após um lucro de R$ 3,7 bilhões, em 2021. Apesar da crise, contudo, a empresa gastou, até o momento, com patrocínio, mais de R$ 38 milhões, segundo a Veja, dentre eles R$ 6 milhões para o Lollapalooza, e R$ 4 milhões com turnê de Gilberto Gil.
O outro lado – Em nota, a empresa explica que os patrocínios visam reposicionar a sua imagem pertante novos públicos. Diz a nota: “Como empresa que disputa o mercado nacional concorrencial de encomendas e logísticas com grandes empresas, inclusive multinacionais que investem fortemente em publicidade e patrocínio, tais investimentos são estratégicos para o fortalecimento da marca e ampliação da participação de mercado.”