Varandas: má companhia e soberba (de RC) derrotaram Estela
O procurador Eduardo Varandas, conhecido por sua aguerrida militância na área dos direitos do trabalho, produziu interessante texto em que comenta a derrota da candidata Estelizabel Bezerra, nas urnas de 7 de outubro, apesar de ter demonstrado muita competência e preparo para gerir a Prefeitura de João Pessoa.
Segundo Varandas, que raras vezes fala sobre política, as razões da derrota foram, primeiro ter sido a candidata do governador Ricardo Coutinho (dize-me com quem andas e direi quem és) e, depois, a “soberba” demonstrada por RC. Leia o texto, que foi publicado em seu Blog, no Wscom e no Jornal da Paraíba:
“Eu detesto falar de política na minha coluna no Jornal da Paraíba ou em meus textos no blog ou na WSCOM. Poucas foram as vezes em que meti o meu bedelho contra ou a favor de um agente ou situação política.
Esclareço que, quando escrevo nestes periódicos ou sites, faço-o como cidadão. Assim, meu cargo de Procurador do Trabalho não interfere nas minhas digressões literárias e tampouco minhas opiniões personalíssimas vinculam a instituição “Ministério Público do Trabalho”. Esclareço isto porque indivíduos mal intencionados vêm confundido o meu status de escritor com o múnus de Procurador-Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 13ª Região.
Sou livre para expressar meu direito constitucional e potestativo de expressão e, mais importante, ao contrário de certos segmentos conhecidos por todos, não tenho minhas contas bancárias engordadas ilicitamente para falar bem ou mal de quem quer que seja.
De toda sorte, é incomum falar sobre política porque a acho um nojo. Não me refiro aos primados da ciência política, germinada desde a democracia romana, a qual fez nascer entre nós o Estado de Direito. Não! Refiro-me à prática decorrente do sistema político brasileiro: mensalão, confraria, anões do orçamento etc. A regra é a improbidade, e a honestidade, a exceção.
Contudo, gostaria de revelar mais um aprendizado que granjeei neste último pleito através de um fato inexorável: a retumbante derrota do governador no certame eleitoral.
Digo-o porque acompanhei os pronunciamentos de sua candidata “Estela”.
Retirando o assistencialismo que foi conferido na reta final de sua campanha, na minha opinião de eleitor (e aí não estou revelando meu voto), ela era bem preparada para o múnus de prefeito.
Surpreendi-me ao ouvi-la pessoalmente. Pareceu-me, e aí vai apenas uma impressão, legitimamente inteirada dos problemas socioeconômicos de João Pessoa.
É de bom alvitre dizer que Estela estava muito bem assistida, em termos de marketing político e assessoria. Seus pronunciamentos eram seguros, sua participação nos debates apresentou-se efetiva e seus programas televisivos produzidos com altíssima qualidade, por agência e produtora de inquestionável talento para a mídia audiovisual.
Ademais, pertencia ao mesmo partido que governa o Estado da Paraíba o que, queiramos ou não, traduz-se numa vantagem razoável sobre seus concorrentes.
O que deu errado para Estela?
A resposta é simples e óbvia!
Aqui, o povo aplicou o adágio popular “dize-me com quem andas que te direi que és”. O eleitorado simplesmente demonstrou alto índice de rejeição ao Governo do Estado. Tanto isto é verdade que os dois candidatos remanescentes para o segundo turno, de pronto, repudiaram qualquer possibilidade de apoio do governador.
Por que será? Calha-me invocar a sabedoria salomônica que prega: “A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito precede a queda” (Pv.16:18).”