Vergonha nacional: Datasus confirma redução de cirurgias cardíacas na PB após governador desativar programa
O Blog trouxe, na semana passada, a informação de que a Paraíba é um dos poucos Estados que desativaram o programa de alta complexidade em cardiopatia congênita. Com isso, deixou de receber recursos do Ministério da Saúde (da ordem de R$ 91 milhões) para o tratamento, especialmente de crianças com cardiopatias graves.
Os casos mais graves do Estado são enviados para Pernambuco, através de um convênio, que tem sido questionado por entidades médicas do Estado. Agora, dados fornecidos ao Blog pelo Datasus confirmam que, ao longo dos últimos seis, as cirurgias cardíacas realizadas na Paraíba reduziram em praticamente um terço: em 2009, por exemplo, foram 67. Em 2016, caíram para 24.
A comparação é uma ironia, porque 2009 foi o último ano do Governo Cássio Cunha Lima, adversário favorito do governador Ricardo Coutinho. “O que era ruim, em 2009, ficou péssimo”, revela um médico cardiologista ao Blog. “Um Governo que não cuida das suas crianças não merece respeito, pois tratar esses pacientes é uma questão de soberania”, complementa.
Programa – O Blog apurou que programa começou a ser implantado, durante o Governo Zé Maranhão III, com um serviço para atender essas crianças no Hospital Arlinda Marques e Hospital Universitário. Mas, logo que o governador Ricardo Coutinho assumiu, mandou desativar. Um médico revela o motivo: “O governador não gostava dos médicos, pois os mesmos foram para o guia eleitoral de Zé Maranhão”.
Perseguição – Com a desativação do serviço, “a transferência das crianças para Recife é feita mediante um convênio questionável com um grupo de Recife chamado Círculo do Coração… É uma situação vexaminosa para nossa Paraíba: condena-se o Estado a ficar na insipiência assistencial, não desenvolvemos expertise técnica, nem treinamento de equipes de enfermagem.”
O detalhe é que apenas seis Estados do País não têm o serviço especializado: Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins, além da Paraíba. Durante lançamento do programa de aumentos dos recursos, recentemente, no Instituto do Coração, em São Paulo, médicos paraibanos presentes lamentaram a situação do Estado: “Foi vergonhoso para todos nós vermos a exibição nos painéis com a Paraíba constando como um dos poucos Estados sem o programa.”