Vídeo vaza na Internet com depoimento de motorista do propinoduto envolvendo figurões do Governo
Há cinco meses, a advogada e ex-conselheira Laura Berquó aguarda uma resposta do Ministério Público do Estado ao seu pedido de abertura de inquérito público contra o secretário Cláudio Lima (Segurança) por ter arquivado o inquérito do famoso Caso Propinoduto. Enquanto ela aguarda, eis que vaza na Internet vídeo com o depoimento do motorista Rodrigo Lima da Silva, que conduzia R$ 81 mil do suposto esquema.
O depoimento foi registrado em uma delegacia, na noite de 30 de junho de 2011, após uma blitz, quando policiais detiveram um veículo Volkswagen Fox de placas DYE-5922, onde haviam encontrado o dinheiro e alguns documentos que, supostamente, revelariam um esquema de pagamento de propina a quatro auxiliares do governador Ricardo Coutinho.
A detenção ocorreu nas proximidades da Favela Boa Esperança, onde havia uma lombada eletrônica. O dinheiro estava em pacotes de R$ 5 mil, com cédulas de R$ 50.
No vídeo, é possível conferir o depoimento do motorista, no momento em que um dos investigadores indaga: “O que você estava fazendo com altos valores em dinheiro dentro do seu carro, estacionado?” O motorista, no entanto, se recusou a informar o que estava fazendo com o numerário, e esse detalhe fica consignado no boletim de ocorrência.
Mas, afirma que todo o dinheiro em referência é de propriedade de um advogado. Mais em http://goo.gl/MF0ROY
Marcha lenta – O processo vem tramitando em marcha tão lenta que, em setembro do ano passado, a promotora Ana Maria França de Oliveira havia cobrado explicações à Polícia Civil, por que o inquérito havia sido encerrado pela Secretaria de Segurança Pública, sem antes ouvir o Ministério Público, o que é ilegal.
A promotora Ana Maria, através da Portaria da Promotoria nº 63/2015, mandou “apurar o motivo que levou ex-secretário-executivo do Estado, Dr. Raymundo José Araújo Silvany, a determinar o arquivamento do procedimento, na apreensão de R$ 81.000,00, por falta de ausência de fato típico enquadrado em lei como crime…”
“… Mesmo diante de seis delegados, dois representantes de associação de defesa das prerrogativas dos delegados de Polícia Civil, sem enviar ao Ministério Público, o único que teria a capacidade de definir pela tipicidade de conduta”.
A detenção – Em 30 de junho de 2011, durante a realização de uma blitz de rotina, os policiais mandaram um motorista parar para averiguações. De forma inesperada, ele tentou evadir-se, mas não conseguiu furar o cerco policial.
Dentro de um veículo, os policiais encontraram R$ 81 mil, em espécie. O dinheiro tinha sido sacado numa agência do Banco do Brasil, em Recife. Junto, os policiais encontraram um papel branco com as seguintes marcações: G – 28.000,00; L – 10.000,00; C – 39.000,00; Dra. Laura 4.000,00. Somando, totalizava precisamente… R$ 81 mil.
Conforme documento protocolado pelo Forum dos Servidores da Paraíba junto ao Ministério Público, o “G” seria de Gilberto Carneiro (procurador geral do Estado, “L ” de Livânia Farias (secretária de Administração), “C” – Coriolano Coutinho (Irmão do governador) e Dra. Laura (Farias), então superintendente da Sudema.
Doações – Durante a campanha eleitoral de 2014, dados do Tribunal Regional Eleitoral sinalizam que, dois dos quatro auxiliares citados na denúncia, Coriolano (irmão do governador Ricardo) e Laura Farias, fizeram doações à campanha do governador, candidato do PSB. Laura doou R$ 1,5 mil, enquanto Coriolano fez duas doações, que totalizaram R$ 24 mil.
Confira documento da delegada com suposição de crime de “corrupção ativa” e abaixo o vídeo…