VIOLÊNCIA CONTRA MULHER O que têm em comum advogada agredida pelo prefeito Tayrone, Pâmela e ex-secretário de Estado?
O que tem em comum a agressão que a ex-primeira-dama Pâmela Bório denunciou ter sofrido dentro da Granja Santana, a denúncia de agressão do ex-secretário Célio Alves à sua namorada e a mais recente agressão do prefeito Fábio Tayrone (Sousa) a sua ex-namorada Myrian Gadelha? Além de afronta à Lei Maria da Penha, todas as protagonizadas por agentes do PSB, partido do governador Ricardo Coutinho.
O fato é que, no final de semana, uma das notícias mais bombásticas foi o boletim de ocorrência lavrado contra Fábio Tayroni, pela agressão à advogada Myrian Gadelha. A agressão, conforme BO, teria ocorrido na última quinta (dia 6), após uma festa em João Pessoa, quando Fábio brigou com Myriam por ela ter bebido e conversado com várias pessoas que estavam no local.
Durante o retorno para casa, ainda conforme a denúncia, “com discussões mais acaloradas, o agressor desferiu-lhe um tapa no rosto e, ao chegar na residência da vítima, xingou-a de p…, v… e l… para, em seguida dar-lhe outro tapa no rosto, empurrando-a no chão e iniciado uma sequência de chutes. Relata que ao mandar o requerido ir embora, foi novamente agredida com um soco no olho direito”.
Medida – O desembargador Ricardo Vital de Almeida, acionado pela advogada, decidiu conceder a medida protetiva, impedindo que Fábio Tyrone mantenha distância inferior a 300 metros da ex-namorada, que também se afaste da casa dela e o proibiu de qualquer tipo de contato físico, telefone, e-mails, bilhetes, aplicativos de mensagens, redes sociais, dentre outros.
Fórum – Já o Fórum Todas por Uma emitiu a seguinte nota:
O Fórum Todas por Uma vem a público se solidarizar com a advogada Myriam Gadelha pelas agressões sofridas no último dia 6 de dezembro pelo ex-namorado Fábio Tyrone, atual prefeito de Sousa, e repudiar qualquer tipo de violência praticada contra mulheres, seja física, psicológica, patrimonial ou sexual. Conforme boletim de ocorrência publicado nas redes sociais, Myriam sofreu socos, tapas, empurrões e xingamentos do agressor, motivado por ciúmes.
Infelizmente, a cada dia, os números de violência doméstica crescem de forma avassaladora no nosso país. Atingem mulheres das mais diferentes classes sociais, mulheres que por muitas vezes preferem silenciar a denunciar seus agressores. Os motivos são os mais diversos possíveis, sendo a dependência econômica, a vergonha e o medo, os mais comuns.
A coragem de Myriam Gadelha de denunciar as agressões deve servir de exemplo para tantas outras mulheres que se reconhecem nessa situação. É preciso denunciar o quanto antes, para que a violência cesse e o agressor seja punido na forma da lei. Quando a máscara do agressor cai, a mulher precisa pedir ajuda. De imediato.
A realidade mostra que ter pena do agressor só aumenta o risco, inclusive de morte, da vítima. Por isso, é importante a divulgação dos diversos canais de denúncia e da existência da Lei Maria da Penha. Importante também lembrar que as denúncias podem ser feitas por qualquer pessoa, e não apenas pela vítima.
O silêncio que torna as mulheres reféns dentro de suas próprias casas e aprisionadas em ‘amores’ doentios só beneficia o algoz. Por isso, o Fórum Todas por Uma levanta a bandeira pelo fim do machismo e contra a violência doméstica. Sozinhas, nossa voz pode não ser ouvida, mas juntas sempre seremos mais fortes. Ontem foi Maria da Penha, hoje foi Myriam. Não esperemos a próxima vítima para lutarmos por igualdade de direitos e pelo fim da violência.
Daniella Ribeiro – Presidente do Fórum Todas por Uma, Deputada estadual
Eliomara Abrantes – Advogada
Marianne Góes – Jornalista, Designer, Diretora Geral da Estação Cabo Branco
Loreley Garcia – Professora titular, UFPB/PPGS
Marina Gadelha – Advogada, Conselheira Federal da OAB
Edna Silva – Presidente da Associação AME PB
Rosália Lucas – Empresária, Presidente da Fundação CDL-CG, Secretária de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Campina Grande
Josilene Aires Moreira – Professora-adjunta do Centro de Informática, UFPB. Coordenadora do Observatório da Violência UFPB
Nadja Oliveira – Diretora-Técnica do Parque Tecnológico, Docente e chefe do Departamento de Odontologia da UEPB
Helena Holanda – Vereadora
Adriana Basílio – Fisioterapeuta