Vital é acusado de ter recebido dinheiro desviado para sua campanha de 2010, segundo a Folha
A denúncia publicada pela Folha de São Paulo chega num momento de muita exposição do ministro Vital Filho, por conta de sua relatoria da defesa do Governo Dilma Rousseff no Caso das Pedaladas Fiscais. O que torna o material potencialmente mais devastador. Trata-se de denúncia de Rennan Trajano Farias, ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande.
Em depoimento à Folha e à TV Folha, Rennan assume ter feito entregas de pacotes e sacolas de dinheiro em espécie ao então candidato ao Senado, Vital Filho, em 2010. O dinheiro, segundo o ex-tesoureiro, teria sido desviado de um contrato de R$ 10,3 milhões entre a Prefeitura e a empreiteira JGR, que previa “obras em diversos bairros” da cidade.
Disse Rennan à Folha: “[Eu] deixava lá o pacote, ou a caixa, ou a sacola, a caixa de uísque [com o dinheiro desviado], depois ele [Vital do Rêgo] fazia toda a repartição e resolvia seus problemas de campanha”. Além dos desvios da Prefeitura, ele revela ter levantado cerca de R$ 10 milhões junto a agiotas para as campanhas dos Vital do Rêgo.
O esquema – Segundo Rennan, para fazer o esquema funcionar, a Prefeitura assinou contrato com uma empreiteira chamada JGR, mas a empresa, segundo ele, só tinha uma secretária e não realizou os serviços. Os cheques eram repassados a outras firmas, Compecc e Contérmica, sediadas em João Pessoa. Essas sacavam o dinheiro e repassavam a Farias para ser entregue aos políticos da família Vital do Rêgo.
Vital nega – O ministro Vital do Rêgo negou ter recebido recursos do ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande, Rennan, e afirmou não ter “relações de qualquer natureza” com ele. Vital disse ainda ter interpelado judicialmente Farias em dezembro de 2013 sobre as acusações, mas o caso acabou arquivado porque ele não apresentou explicações.
“Este comportamento soa como subterfúgio de cidadão notoriamente conhecido na Paraíba pela prática de atos reprováveis, como a transferência de recursos públicos para a sua conta”, pontuou Vital. Já o deputado Veneziano disse que as declarações de Farias são “infâmias” e “delinquências verbais” sobre as quais “certamente não faltam estímulos e subvenções… a obtenção de recursos financeiros em minhas campanhas eleitorais sempre ocorreu conforme as regras legais, sendo as contas devidamente aprovadas.”
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