“Sou filho de Papai Noel”, por Palmarí de Lucena
Em sua mais recente crônica, o escritor Palmarí de Lucena narra como descobriu o seu Papai Noel em casa, muito além da lenda de São Nicolau de Mira. O seu pai (Tenente Lucena) envergava a indumentária do “velhinho barbudo” para distribuir presentes com as crianças mais carentes: “Meu pai, o Papai Noel de todas os momentos, cumpriu sua missão sem nunca encher seus chinelos de ouro ou vacilar sobre o que era o sentido da sua vida.”
Confira a íntegra de sua crônica “Sou filho de Papai Noel”:
“Viajando pela Turquia descobrimos que a figura de Papai Noel tem sua origem em São Nicolau de Mira, então um homem rico e religioso, que ao saber que um dos vizinhos tinha se visto obrigado a prostituir suas três filhas devido a miséria, jogou três sapatos cheios de ouro pela janela da casa tentando assim remediar a situação daquela família. Venerado pelos católicos por sua caridade e afinidade com as crianças.
Papai Noel é uma fábula irresistível que se tornou sinônimo de comemoração do Natal. O filme “Milagre na Rua 42”, relata a estória de um idoso de olhos brilhantes, respeitável barriga e barba branca, que fora contratado para trabalhar como Papai Noel na maior loja de Nova Iorque. Seu sorriso fácil, bondade e simpatia contagiou a todos com o espirito caritativo do Natal. Denunciado como louco por detratores e céticos, foi submetido a julgamento no tribunal. Absolvido unanimemente após o juízo desafiar a fé de todos com a pergunta: você acredita em Papai Noel?
Conheci meu Papai Noel na década de 1950 em uma celebração de Natal no quartel do 15º Regimento de Infantaria, meu pai tocava trombone na banda de música da corporação. Carregando um enorme saco de presentes, um velhinho barbudo, vestido de vermelho apareceu repentinamente em um jipe aberto, na companha da esposa do comandante da guarnição. Excitado com o prospecto de ser presenteado com um corte de tecido de fardamento escolar, nunca notei a ausência do meu pai entre os integrantes da banda tocando músicas natalinas. Descobri anos depois que ele era o Papai Noel sempre presente na vida das crianças que ele tanto amava.
Pouco conhecido no Brasil, tenho dúvidas se o legado de São Nicolau de Mira servira de inspiração ou motivação para uma vida dedicada a pessoas excluídas e crianças em situação de risco. Meu pai, o Papai Noel de todas os momentos, cumpriu sua missão sem nunca encher seus chinelos de ouro ou vacilar sobre o que era o sentido da sua vida. Feliz Natal Pai, você sempre foi nosso