Mega operação da Polícia Federal cumpre mandado de prisão de Buega Gadelha e até presidente da CNI
Trata-se de uma ofensiva de grosso calibre. De uma penada só, alcançou o presidente da poderosa CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, preso esta manhã pela Operação Fantoche, e mais nove pessoas, uma das quais o paraibano Francisco Benevides Buega Gadelha, presidente da Fiep (Federação das Indústrias da Paraíba).
Segundo a Polícia Federal, a operação investigou um esquema de corrupção envolvendo contratos entre empresas ligadas a uma mesma família, o Ministério do Turismo e o Sistema S no valor total de R$ 400 milhões. A maior parte dos contratos referia-se “a execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados ou que não foram concluídos, com recursos desviados por meio de empresas de fachada”.
Presos – Conforme a Policia Federal, são essas as dez pessoas que tiveram a prisão decretada pela operação: Francisco de Assis Benevides Gadelha, Jorge Tavares, José Carlos Lima de Andrade, Lina Vieira da Silva, Luiz Antônio Gomes Vieira, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva, Júlio Ricardo Rodrigues, Pedro Costa Cruz, Ricardo Essinguer e Robson Andrade.
Operação – A Operação Fantoche também investigou o Instituto Origami, a Aliança Comunicação e Cultura, Idea Locação de Estruturas e Iluminação, a Somar Intermediação e Negócios e o Ateliê Produções Artísticas. A operação foi deflagrada por ordem da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que também autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.
A suspeita da força-tarefa é de que tenham sido cometidos crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de dinheiro. São feitas buscas em endereços localizados em Brasília, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Minas Gerais. Há cumprimento de mandados de prisão e também de busca e apreensão.
Alcance – A CNI controla o Sistema S, que inclui o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), o Sesc (Serviço Social do Comércio), o Sesi (Serviço Social da Indústria) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio).
Soltura – O empresário Buega Gadelha se apresentou em Brasília, apresentou seu depoimento, e foi liberado pela Justiça Federal no final do dia. O presidente da Fiep insiste não ter cometido qualquer crime e que se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. “Tenho uma vida absolutamente limpa”, pontuou.