SEM LICITAÇÃO Empresário preso na Calvário cruza fronteira e vende R$ 10,8 mi de instrumentos musicais pra gestão do PSB em Recife
Empresa envolvida nas investigações da Operação Calvário cruzou a fronteira da Paraíba para… emplacar uma venda milionária de instrumentos musicais sem licitação, em Pernambuco. O custo da música: R$ 10,8 milhões. A empresa sinfônica: Brink Mobil. O maestro: o ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB). O atual prefeito de Recife é João Campos (PSB).
A denúncia foi feita pela deputada estadual Priscila Krause (PE-Dem). Segundo Priscila, “Geraldo teria usado mão de uma “carona” em uma licitação de uma obscura e desconhecida entidade do interior de Minas, sediada em Montes Claros. Segundo ainda as denúncias, a empresa fez doação de R$ 500 mil ao PSB de Pernambuco, uma semana antes das eleições de 2014.
Isso teria sido uma intermediação para, ao final, o Recife contratar sem licitação a empresa Brink Mobil, do Paraná. A deputada disse que a gestão de Geraldo fez um “contrato secreto”, pois a compra dos instrumentos musicais não estaria completa no Portal da Transparência, conforme publicação do Blog do Magno (mais em https://bit.ly/3wFryxZ)
Paraíba – Em abril de 2016, auditores do Tribunal de Contas do Estado alertaram os conselheiros, de uma suspeita operação de compra milionária junto à empresa Brink Mobil. A operação consistia na aquisição de 200 laboratórios de robótica, ao valor estimado é de R$ 38,2 milhões. (mais em http://goo.gl/VZl2sI)
Alertado, o então presidente Arnóbio Viana decidiu, por medida cautelar, suspender a operação ante a suspeitas das graves irregularidades “a começar pelo instrumento convocatório que culminam com a restrição de competitividade”. Não havia sequer a indicação de quais computadores seriam usados para utilização dos tais kits.
A empresa era também apontada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), como uma das integrantes do cartel das licitações públicas. Mesmo assim, a compra foi realizada, através de outra empresa, a Conesul, que seria, na verdade, uma irmã gêmea da Brink Mobil.
Calvário – O empresário Valdemar Ábila, dono da Brink Mobil, foi preso, em dezembro de 2019, na 7ª fase da Operação Calvário (Juízo Final).
Na sequência, também foi preso o ex-governador Coutinho, apontado como cabeça de uma organização criminosa desbaratada pelo Gaeco. A empresa foi acusada de pagar propina correspondente a até 30% dos contratos que obtinha com o governo do Estado.
Segundo a força-tarefa da Calvário, a empresa pagou propinas de R$ 1,8 milhão a gestores públicos durante o governo Ricardo Coutinho. (Mais em http://bit.ly/3axIM5F)
Kits – O Gaeco apurou que, somente o ex-secretário Aléssio Trindade efetuou compras, a maior parte sem licitação, no valor R$ 154,5 milhões de empresas ligadas ao ex-secretário executivo Ivan Burity, dentre elas a Brink Mobil.
O Gaeco descobriu também que grande parte do material adquirido pela secretaria de Educação à empresa Brink Mobil e Conesul, os kits educacionais de robótica, foram encontrados amontoados sem distribuição aos alunos.