PENSAMENTO PLURAL A derrota do negacionismo, por Riu Leitão
O negacionismo em relação ao novo coronavirus foi vencido no Brasil. A dura realidade da doença fez com que, majoritariameente, a população optasse pela vacinação, entendendo que esse seria o caminho mais eficaz para conter a pandemia, buscando voltar à vida normal. Apesar de uma sistemática campanha procurando desdenhar da eficácia da vacina, numa aposta ideológica e não científica, a sociedade civil brasileira, reagiu, positivamente, aderindo em massa à imunização, rechaçando a ideia de que o vírus era apenas uma “gripezinha”.
A redução das contaminações já é uma realidade, graças ao enfrentamento do negacionismo amplamente propagado, inclusive por autoridades governamentais. Alguns chegaram a defender a estratégia da imunidade de rebanho, apesar das contestações dos organismos ligados à medicina e das projeções estatísticas que nos revelavam a potencialidade da tragédia que estava para acontecer, se não fossem adotadas drásticas medidas restritivas. É, sem dúvidas, uma conquista da ciência, aprovação de eficiência do SUS e uma vitória da população.
A luta contra a vacina, empreendida por algumas lideranças políticas, não encontrou apoio popular. Pelo contrário, manifestou-se fortemente favorável ao sistema de imunização desenvolvido pelos cientistas. O índice de vacinação tem se mostrado bastante expressivo no país inteiro. A ciência vencendo a narrativa negacionista. População vacinada é população protegida, levantando a esperança de que as adversidades cruéis da pandemia estão sendo superadas. Por consequência, já podemos acreditar na possibilidade da retomada da economia, da sociabilidade no trabalho, nas escolas e nos ambientes de lazer.
O bom senso manda, contudo, que devem continuar sendo respeitados todos os protocolos e orientações das autoridades sanitárias. As primeiras batalhas foram ganhas, mas não ganhamos a guerra, ainda. O Supremo Tribunal Federal, ao garantir a autonomia dos governadores e prefeitos para adotarem providências que o governo federal recusava executar, permitiu que, embora com certo atraso, o sistema de imunização passasse a ter maior velocidade de ação, em benefício da população que se manifestava apreensiva com o agravamento da pandemia.
O fato verdadeiro é que ficou evidenciada a importância da ciência na agenda pública do país, oferecendo respostas seguras aos desafios enfrentados desde o aparecimento do novo coronavirus. Os argumentos científicos prevaleceram perante a opinião pública. A negligência, associada ao negacionismo, levou à morte mais de seiscentos mil brasileiros. Felizmente estamos celebrando o registro da acentuada diminuição de óbitos e infectados, resultado do avanço vacinal. A “máquina negacionista” não funcionou como queriam.