Capitania dos Portos e Agência Nacional podem interditar o Porto de Cabedelo: há risco de tombamento do cais
No ano passado, as Docas de Cabedelo estiveram na iminência de perder a estocagem de combustíveis da Petrobrás, uma das suas principais fontes de receita. O Estado perderia R$ 20 milhões todo mês e a cidade de Cabedelo ficaria com R$ 4 milhões a menos de suas receitas. Após intensa mobilização política, a empresa recuou de levar a estocagem para o Porto de Suape, em Pernambuco.
Porém, temos agora algo talvez mais grave, que é a ameaça de interdição do Porto, segundo alerta do presidente do Sindicato dos Portuários, Antônio Ramos Gomes Viana: “As instalações (do Porto de Cabedelo) nunca se encontraram em tamanho estado de depreciação e abandono”, e há o risco de interdição pela Capitania dos Portos e a Antaq (Agência Nacional dos Transportes Aquaviários).
Dentre os problemas que poderão levar à interdição, constam o fato de estar praticamente desativada a sinalização náutica no canal de acesso e bacia de evolução, as defensas que protegem os 600 metros de cais estarem também bastante danificadas, “as balanças rodoviárias, instaladas há menos de dois anos, onde foram investidos mais de R$ 500 mil já estão interditadas por apresentarem abatimentos em sua fundação”.
“O berço de cais denominado 101, com 135 metros de extensão e parte do 103, onde estão localizadas as tomadas de derivados de petróleo e álcool, ainda não foi recuperado, a estabilidade da obra está comprometida, principalmente por conta do estado dos tirantes da cortina que apresentam adiantado processo de corrosão, podendo ocorrer, a qualquer tempo, grave acidente, com o tombamento do cais”, acrescenta Antônio Ramos.
De acordo com o sindicalista, a Antaq inclusive já multou as Docas de Cabedelo em quase R$ 150 mil, por conta de “18 irregularidades praticadas por Wilbur Jácome (ex-superintendente) em março de 2015, foram penhorados nove hectares da área de expansão do Porto por não cumprir determinação judicial, e, apesar de bater recorde de cargas o porto não dispõe de verbas nem pra comprar computadores”.
A direção das Docas ainda não se manifestou sobre as denúncias do sindicalista.