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Na Paraíba dos tempos republicanos os fatos insistem em enfrentar o discurso. Há poucos dias, o secretário Cláudio Lima (Segurança), ao rebater críticas do senador Cássio Cunha Lima e do ex-prefeito Veneziano ao aumento da violência, afirmou que o Governo havia conseguido reduzir o número de homicídios no Estado. Então…

Em menos de 24 horas, mais seis pessoas foram assassinadas. Três na Praia de Seixas, duas no Alto Mateus e mais uma em Odilândia (Santa Rita). As estatísticas na Paraíba passaram a ser em lotes de pessoas, lamentavelmente. Foi nessa pisada que a Paraíba se tornou o quarto Estado mais violento do País, conforme estatísticas dos Ministérios da Justiça e da Saúde.

A Paraíba dos últimos anos tem apresentado um dos piores indicadores do País em áreas como segurança pública, saúde e desenvolvimento, conforme vários rankings de avaliação administrativa. Foi esse quadro que motivou o ex-prefeito Veneziano a observar, neste sábado: “O Estado vive um dos momentos mais delicados de sua história…”

E acrescentar: “E não vamos nos esganar: um dos corresponsáveis por essa situação é, sem dúvida, o senador Cássio Cunha Lima, que ajudou a eleger e apoia esse Governo. O governador Ricardo Coutinho prometia resolver problemas como a violência em seis meses. Mas, nesses três anos e meses, a Paraíba tornou-se o quarto Estado mais violento do Brasil…”

“Onde estava o senador, quando o governador demitiu 30 mil pais de família? Por que não disse uma só palavra quando o governador fechou mais de 200 escolas no Estado?”

Deteriora a cada momento a relação bipolar entre o governador Ricardo Coutinho e o senador Cássio Cunha Lima. Esperava-se que RC se pronunciasse, após nota do deputado Ruy Carneiro, presidente do PSDB, cobrando uma posição em face das agressões do deputado Tião Gomes a Cássio. Não apenas Ricardo não se pronunciou, como Tião voltou à carga.

O deputado negou que tenha direcionado críticas ao ex-governador Ronaldo Cunha Lima: “Inventaram essa história, e isto não é verdade. Em nenhum momento eu me referi ao ex-governador Ronaldo que, este sim, era um Cunha Lima. Cássio é apenas Rodrigues da Cunha Lima, e não é nem 10% do que foi o seu pai. Ronaldo foi um homem de bem.”

Mais uma escaramuça entre os esquadrões do governador Ricardo Coutinho e do senador Cássio Cunha Lima. Tudo começou quando o deputado Tião Gomes, aliado do governador Ricardo Coutinho, abriu fogo contra o senador Cássio, fazendo severas críticas à sua administração como governador da Paraíba, e dizendo que o tucano não deixou uma só obra.

O deputado Ruy Carneiro, presidente estadual do PSDB, veio para o revide, questionando por que, até o momento o governador ainda não desautorizou publicamente o deputado Tião: “O Governo pode até não ser o mentor das ofensas do deputado, mas o silêncio o torna avalista do que foi dito, e 24 horas após as críticas do deputado, o Governo não se manifestou.”

O secretário Cláudio Lima parece já embalado na relação bipolar entre o governador Ricardo Coutinho e o senador Cássio Cunha Lima. Durante entrevista à CBN, esta manhã (dia 7), Cláudio rebateu (ainda que de leve) o ex-governador, ainda aliado de Ricardo, por suas recentes críticas à Segurança no Estado, durante entrevista em Guarabira.

Cláudio insinuou a necessidade de comparar os governos de RC e Cássio: “Anteriormente não existia nenhuma contagem da violência na Paraíba, nenhuma estatística. Para termos um retrato da violência tivemos que fazer uma operação para saber o número de homicídios nos últimos anos. Não tem como comparar com as outras gestões, pois não existiam números”.

O PSDB devolveu no mesmo tom a declaração dada pelo presidente do PSB, Edivaldo Rosas, dando um ultimato ao senador Cássio Cunha Lima, para se definir até 22 de março, se mantém ou não apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho. Em nota, o deputado Ruy Carneiro, presidente do PSDB, rebateu: “Ultimato é falta de respeito.”

Ruy pontuou que esta definição será uma decisão “interna do PSDB, que os demais partidos, aliados ou não, devem respeitar… infelizmente, posições como essa terminam por revelar autoritarismo, intransigência e arrogância de quem não está habituado ao diálogo, mas sempre costuma impor decisões e pontos de vista unilaterais.”

O Governo do Estado acaba de agitar a área cultural da cidade. Porém, não precisamente pela realização de eventos. Na verdade, pelo contrário. Há poucos dias, a Secretaria de Cultura enviou ofício a entidades da área, adiando sine die a realização da ação “Corredor Cultural”, e responsabilizando a Assembleia por ter atrasado a votação da LOA 2014.

Diz o texto: “Planejada para ocorrer entre os dias 12 de fevereiro e 8 de março a princípio a ação foi inviabilizada devido ao atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual – LOA por parte da Assembleia Legislativa do Estado.” Algumas entidades já se manifestaram, estranhando “a incompetência do Governo” pra realizar o evento, jogando a culpa na votação da LOA. O secretário Chico César não informa quando o evento poderá ser realizado.

O governador Ricardo Coutinho, pelo visto, perdeu a paciência mesmo com a relação bipolar do senador Cássio Cunha Lima. E elegeu esta quinta-feira (dia 6), para mandar seu recado, que está de fato no limite com o tucano. De um lado, escalou Edivaldo Rosas, de outro o deputado Tião Gomes, para alfinetarem o senador. Tião e Rosas não se fizeram de rogado.

Tião foi logo afirmando que “o senador Cássio não é nenhum Deus… me mostrem ai uma obra dele”. O que talvez seja o tom a ser adotado pelo governador na campanha, num pretenso embate com o senador Cássio. Já Rosas foi mais incisivo, e deu um ultimato a Cássio. O tucano terá até 22 de março pra decidir se apoia sua reeleição ou vai pro rompimento.

O Tribunal Superior Eleitoral acaba de remover uma sombra que pairava sobre a candidatura a governador do ex-prefeito Veneziano. A ministra Laurita Vaz decidiu manter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, de 13 de setembro de 2011, que inocentou o peemedebista, da acusação de ter recebido doação ilegal da empresa Maranata.

A denúncia foi protocolada pelos advogados do então candidato Rômulo Gouveia, nas eleições de 2008. Pela acusação, a Prefeitura de Campina Grande, sob gestão Veneziano, teria pago com uma cheque uma fatura à empresa Maranata e, imediatamente, o dinheiro teria retornado à campanha do candidato, na forma de várias doações, na boca do caixa.

O desabafo de um policial civil no Blog, denunciando que, por causa do tratamento dispensado pelo Governo Ricardo Coutinho à categoria, 150 profissionais deram baixa desde 2013, desencadeou outros relatos. Um deles foi postado por um dos concursados da PC que aguardam por nomeação, apesar de aprovados desde 2008.

O outro veio do policial civil Thyago Medeiros, que, ano passado, perdeu dois dedos após ser alvejado por um bandido, numa operação policial. Ele postou na Internet o seguinte: “A polícia civil vai acabar sendo extinta dessa forma, pois de portas fechadas muitas delegacias do interior já estão!… Os que ainda fazem parte dignamente desta instituição são sacrificados. Até meu sangue dei, infelizmente em vão!”

Desde que perdeu os dedos, Thyago foi obrigado a sair da ativa e perdeu também mais de um terço dos seus vencimentos.