Erundina critica mas admite aliança do PSB com PSDB na Paraíba
A deputada paraibana Luíza Erundina, do PSB de São Paulo, admitiu em entrevista à Folha de São Paulo que a aliança PSB-PSDB já foi sacramentada no Estado, a exemplo do que já ocorreu em Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Erundina tem sido críticas das alianças de seu partido com os tucanos: “Não há coerência política”.
Revela a Folha: “Na semana passada, o PSDB de Pernambuco aderiu ao governo de Campos. Erundina critica a natureza das decisões e afirma que elas não passaram pela Executiva Nacional do PSB.” Em seguida, cita os quatro Estados onde os dois partidos teriam praticamente celebrado a aliança, entre eles a Paraíba.
Importante lembrar que, recentemente, o governador Eduardo Campos e o senador Aécio Neves jantaram juntos num restaurante em Ipanema (Rio de Janeiro), quando teriam fechado aliança em alguns Estados. A Paraíba foi um dos especulados. No final do ano passado, o governador Ricardo Coutinho disse que “não há motivo” para o senador Cássio Cunha Lima romper a aliança com ele.
Confira a entrevista de Erundina à Folha, na íntegra.
“Folha – Em que medida a entrada do PSDB no governo de Eduardo Campos altera o acordo entre PSB e Rede?
Luiza Erundina – Cada caso é fruto do sistema político exaurido, esgotado em responder às demandas da sociedade. Mantemos regras, normas e sistemas partidários e eleitorais defasados, sem identidade, e isso explica esse caos que existe nas políticas de alianças locais. A certeza que tenho é que não há coerência política a ponto de se conseguir dar unidade a alianças que podem ser reproduzidas no resto do país.
PSDB e PSB acordaram possíveis alianças em Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e São Paulo. Qual é o limite para esses acordos acontecerem?
Isso já está dado. O processo já andou tanto, as conversas já se deram com tanta frequência e não passaram pelas direções partidárias. Marina Silva insiste em encaminhar as coisas de outra forma, mas é uma tentativa muito recente. A junção entre PSB e Rede é salutar, é a construção coletiva de um processo novo e vamos acumular para, se não for nessa eleição, introduzir algo novo num futuro que espero ser próximo.
O presidente estadual do PSB-SP, Márcio França, articula há meses um acordo para ser vice na chapa de Geraldo Alckmin. Mas interlocutores dizem que Marina e Campos conversaram e que essa possibilidade agora “tende a zero”.
A partir da aliança PSB-Rede esse quadro se encontra mais complicado.
É mais importante o PSB ter um candidato próprio ou se aliar ao PSDB de Alckmin?
Defendo candidatura própria junto com a Rede para construir uma nova força política e quebrar a polarização PT-PSDB, que é artificial, já que os dois partidos têm muita identidade do ponto de vista de alianças e propostas políticas. Precisamos introduzir novos elementos para renovar a política brasileira. Essa história de palanque duplo, palanque triplo é um absurdo, é contribuir para esse quadro político caótico.
A senhora está disposta a ser candidata ao governo de SP?
É um processo complexo, e não podemos colocar as coisas nesses termos, para não quebrar a unidade PSB-Rede.
As posturas de Marina e Campos frente à política de alianças não são contraditórias?
Não. Há uma intenção de Campos em contribuir para que as coisas se deem de maneira diferente, mas a lógica eleitoral se superpõe a tudo. Somos vítimas dessa lógica.”
Mais em http://bit.ly/196sgZo.