Escândalo do Jampa Digital começou com denúncia de superfaturamento
Tudo começou com o pregão 019/2009, que foi vencido pela empresa Idéia Digital (e Plugnet). Era o início da aventura online conhecida como Jampa Digital, montado numa licitação de R$ 39,4 milhões e, de cara, com uma suspeita de superfaturamento acima de R$ 5,5 milhões. Por baixo.
Pra se ter uma ideia (ops!), conforme uma denúncia formulada (e documentada) à época por técnicos da área, o superfaturamento de mais de 70 itens atingia mais de 1.600%. Um servidor (computador dedicado) HP, por exemplo, encontrado no mercado por R$ 4 mil, foi cotado a R$ 71 mil.
Mesmo assim, o Jampa Digital foi lançado com todas as pompas num show da cantora Pitty. E o que prometia um primor de serviço de acesso à Internet gratuita na orla e algumas praças de João Pessoa, virou apenas promessa e muitas suspeitas no ar. Não faz o mesmo sucesso da cantora baiana.
As informações fornecidas até agora pela Prefeitura de João Pessoa são vagas, mas se sabe que o projeto começou com uma emenda do então deputado Rômulo Gouveia, de R$ 6 milhões junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Parte desses recursos foi repassada à Prefeitura e pagos à empresa vencedora.
Ouvido pela Imprensa, nesta quarta (dia 21), o prefeito Luciano Agra admitiu problemas com o projeto, e atribuiu a culpa ao Governo Dilma Roussef, que cortou a transferência do restante dos recursos destinados à conclusão do projeto. “O corte feito pela presidente foi brutal”, disse o prefeito.
Em meio a todas as suspeitas, surge mais outra de que houve uma triangulação nos pagamentos iniciais, numa operação que teria chegado a envolver uma determinada produtora, responsável por um derrame de notas ao longo de 2010. Um ano digitalmente eleitoral, como se sabe muito bem.