Mil dias: RC apresenta (poucas) obras, promete outras e derrapa sobre contas
Algumas ações para comemorar, outras nem tanto, diversas para desconfiar e algo a contestar. Esse o resumo da programação dos 1000 dias apresentada pelo governador Ricardo Coutinho, na manhã desta segunda (dia 16), com intensa pirotecnia para enaltecer seus quase três anos de gestão. Com certeza, a Paraíba não deu o salto que o governador prometeu.
No capítulo dos destaques algumas obras como os binários de Jacumã e de Bayeux. Obras prometidas por seus antecessores e jamais realizadas. Ponto para RC. Na rubrica das nem tanto assim, destacam-se as rodovias (o governador falou em mil quilômetros). Ora, são obras com embrião no Governo Cássio II e tocadas por Maranhão III. Seu único mérito foi dar sequência.
Entre as que causam desconfiança o anúncio do Hospital Metropolitano de Santa Rita, obra efusivamente prometida na campanha. Só agora, três anos depois? E ainda com uma ponta de ironia, afirmando que será concluída em seu segundo mandato (!). Tomara que a obra seja confirmada, porque o segundo mandato não está absolutamente assegurado. E cadê as 223 maternidades prometidas na campanha?
Por fim, a contestar uma declaração (pela enésima vez) de ter encontrado o Estado quebrado e ter saneado as suas contas, inclusive nos gastos com o funcionalismo. A menos que o Tribunal de Contas do Estado, a Secretaria do Tesouro Nacional, jornal O Globo e o Estadão estejam todos mentindo, seu Governo está no vermelho (mais em http://bit.ly/1bKU5DV) desde o início deste ano.
Ora, em março de 2013, a Paraíba, conforme levantamento da Secretaria do Tesouro Nacional, havia ultrapassado o limite da LRF, ao passar de 49% (ano passado) nos gastos com pessoal para 49,83 de suas receitas, “liderando” o desempenho negativo no Nordeste, que trazia Pernambuco (45,19%), Alagoas (47,41%), Rio Grande do Norte (48,01%) e Sergipe (48,27%).Mais em http://bit.ly/ZDFX6W.
Em agosto último, o jornal Estadão publicou: “Três Estados extrapolam o limite máximo, o teto que deveria ser intransponível, de 49% das despesas estabelecidas na lei fiscal: Alagoas, Paraíba e Tocantins.” Mais em http://bit.ly/1dj0MyA. Portanto, a menos que TCE, Secretaria do Tesouro Nacional, o Globo e Estadão esteja mentindo, o governador falto com a verdade ao afirmar que o Estado está com as contas saneadas.