O dia em que Eduardo Cunha (finalmente) chorou
Poucos imaginavam que ao eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara dos Deputados, em 2015, estava se criando uma espécie de monstro na caótica fauna da política brasileira. Ao longo de seu turbulento mandato como presidente, e mesmo afastado, Cunha usou o poder para se perpetuar num posto, resistindo aos processos de cassação e todos os inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato.
Cunha se tornou um dos políticos mais indesejados do País, e não apenas por ter dado tração ao processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Na medida em que resistiu, negando a existência de contas do exterior e outras traquinagens com um cinismo poucas vezes visto no País, também arrastou consigo a imagem do parlamento e, de resto, da classe política para uma vala comum de podridão.
Evidente que num Brasil de tantos escândalos, seria utopia imaginar que a simples queda de Cunha ensejará um parlamento isento de corrupção e mentiras. Mas, pode ser pelo menos o início de um processo de depuração, inclusive de exemplo também, para que o eleitor reflita um pouco mais antes de eleger o que há de mais degradante para ser seu representante.
E Cunha chorou, não talvez de arrependimento ou de desgosto por ter arrastado sua família para a lama, muito mais talvez por perder um posto tão importante na corte do Brasil. Mas, que o País não se engane. Cunha perdeu o comando da Câmara, mas não a intensidade de sua ambição pelo poder. Não se admirem com seu retorno no futuro, como aconteceu, por exemplo, com o senador Renan Calheiros.
Novo presidente – O presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), já marcou para a às 16h da próxima quinta-feira (dia 14), a eleição do substituto de Cunha no comando da Casa. A eleição será secreta e ocorrerá por meio do sistema eletrônico. Os deputados que irão concorrer à sucessão de Cunha terão até as 12h da próxima quarta (dia 13) para formalizar suas candidaturas.
Confira o vídeo de Cunha emocionado…