É impressionante como o governador Ricardo Coutinho gosta de colocar a Paraíba na contramão. Houve um tempo, por exemplo, que reformou a legislação tributária para que a redução das tarifas de energia elétrica, decretada pela presidente Dilma, não beneficiasse todos os paraibanos. Quase quebra bares e restaurantes com a iniciativa de proibir as maquinetas de cartão de crédito…

… Só recuou após intensa mobilização dos empresários e o fato da Paraíba ter virado uma chacota nacional. Insatisfeito, alterou a legislação tributária para cobrar estoque e cobrança antecipada de impostos. A última foi a revelação de que a Paraíba é o único Estado do Nordeste que o Governo não desonerou os itens cesta básica. Aqui, se cobra mais caro pelos produtos da cesta básica.

A arenga do Governo Ricardo Coutinho com os procuradores do Estado ganha um capítulo mais explosivo. Depois que 40 procuradores decidiram acionar o secretário Waldson de Sousa (Saúde) por improbidade, o procurador-geral Gilberto Carneiro resolveu acionar a Corregedoria-Geral do Estado para enquadrar os procuradores rebeldes.

Segundo Gilberto, procurador de carreira do Estado “não tem legitimidade para ajuizar ação contra o Estado por que o seu papel é defendê-lo”. E antecipou: tão logo seja notificado pela Justiça sobre a ação impetrada pelos procuradores, vai remeter o processo para a Corregedoria da Procuradoria “para instaurar procedimento contra os autores da ação”.

Edivaldo Rosas segue irrigando com alguma gasolina o jardim da aliança com o PSDB. Uma de suas últimas declarações tem alto poder combustível. Rosas avisou ao senador Cássio Cunha Lima que ele pode muito “ser candidato a governador, mas em 2018”. E aconselhou o tucano a manter a aliança com o PSB, apoiando a reeleição do governador Ricardo Coutinho.

Rosas tem sido espinhoso em suas recentes declarações. Há poucos dias, por exemplo, já havia dito quando indagado sobre uma eventual candidatura do senador Cássio: “A aliança com o PSDB não vai ser só aqui, mas no Brasil todo. Nesse momento, a prioridade é a reeleição do governador Ricardo… O que justificaria uma candidatura de Cássio?”

Quem com 40 fere, com 40 será ferido. Pelo menos nesse caso dos 40 procuradores do Estado que impetraram ação de improbidade administrativa contra o secretário Waldson de Sousa (Saúde), por reiterado descumprimento à lei das licitações. Ou seja, vamos resumir e trocar em miúdos, por evidências de fraude em licitações.

Além do mais, o secretário tem renovadamente descumprido as Constituições Federal e Estadual, ao desconhecer os pareceres jurídicos prévios dos procuradores de Estado nos processos de licitação e na contração de serviços por sua pasta. Aliás, impressiona como o secretário simplesmente desdenha da lei e hostiliza os procuradores, por ordem superior.

“Trata-se, na verdade, de uma ação do Estado da Paraíba, através dos seus procuradores, contra um secretário por improbidade administrativa”

“Acho que foi uma decisão que depõe contra a sua pregação ambientalista, e foi uma decepção para o PEN, porque o partido se manteve até o final de portas abertas”. A afirmação foi do deputado Ricardo Marcelo, presidente do PEN na Paraíba, sobre a decisão de Marina Silva ingressar no PSB do governador Eduardo Campos.

“Durante nossa reunião em Brasília, nós sinalizamos favorável à sua filiação, e chegamos a colocar o partido à sua disposição, inclusive para comandar em todo o País. Houve um momento em que respondeu demonstrou aceitar, então, se repente fechou com o PSB, de uma forma surpreendente”, complementou o presidente da Assembleia.

Deveria ser vice em 2014 quem obteve cerca de 20 milhões de votos em 2010? É a indagação que muitos têm se feito, desde que Marina Silva abdicou de disputar a Presidência nas eleições do próximo ano para ser, literalmente, escada do governador Eduardo Campos. Uma operação difícil de explicar nos domínios da ecologia e da sustentabilidade política.

A menos que, mais adiante, ela consiga transformar a candidatura de Campos numa espécie em extinção, fica incompreensível, especialmente para os que simpatizam com sua trajetória, ela ter se filiado ao PSB. Ou qualquer outro partido para ser apenas coadjuvante, quando poderia ter escolhido uma legenda pra chamar de sua, e disputar em 2014 com reais chances de vitória.

Marina decretou, na verdade, a origem de uma nova espécie…

Pude ouvir várias declarações curiosas nos últimos dias, também por alguma influência astral, mas certamente a que mais me impressionou, meu caro Paiakan, foi disparada pelo secretário Cláudio Lima (Segurança). Durante uma solenidade, na manhã desta sexta (dia 4), o secretário afirmou que “a sensação de insegurança é uma questão psicológica”.

Sua afirmação ocorreu, para jurar que, na verdade, os indicadores de violência estão caindo no Estado, especialmente a partir deste terceiro trimestre do ano. Vamos por parte. Seria apenas uma questão psicológica, a Paraíba ter saltado para condição de 3º Estado mais violento do País, conforme dados do DataSus? Houve um crescimento de 55% da violência, segundo o Estadão (bit.ly/12cYsFk ).

O vice-prefeito Nonato Bandeira externou, no final da noite desta sexta (dia 4), toda a sua indignação com a deputada Gilma Germano. Segundo Nonato, não apenas ela não apresentou “um único filiado ao partido”, como “não conseguiu sequer trazer o marido, Buba Germano, que assumiu sua dependência total do Governo ao entrar no PSB”.

“Foi um comportamento deplorável. A gente podia ter crescido muito. Eles anunciaram vários nomes e não trouxeram um único filiado para fortalecer a legenda. Pelo contrário. Estimularam a saída de membros do partido.”

O secretário Efraim Morais (Infraestrutura) voltou a mostrar competência para evitar a debandada dos deputados do DEM. Mas, não saiu de graça: os deputados só decidiram permanecer na legenda, mediante algumas condições. Uma delas foi a criação de um colegiado com dez integrantes, para decidir como o partido se coligará em 2014.

Resumindo: o DEM não está fechado no apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho. Pelo que ficou acertado, caso o senador Cássio Cunha Lima decida (e possa) ser candidato ao governador, em 2014, então esse colegiado será chamado a decidir que projeto irá apoiar: a reeleição do governador RC, ou a candidatura de Cássio. Esse é o ponto.

O deputado Benjamim Maranhão afirmou ao Blog, na manhã desta sexta (dias 4), que tem o completo domínio do PS (Partido da Solidariedade). Benjamim admitiu a existência de uma boa relação “entre o deputado Paulino da Força Sindical com o PSDB, mas isto não implica que haja interferência do senador Cássio Cunha Lima no partido”.

Benjamim assegurou que Paulino “deu total autonomia aos diretórios estaduais para comandar a política de alianças e as filiações ao partido”. Os comentários sobre a influência de Cássio no PS surgiram após algumas lideranças terem admitido contatos com representantes do tucano para se filiar ao novo partido, preconizando uma aliança com o PSDB em 2014.