“As pessoas estavam engasgadas com o estilo antidemocrático do governo anterior, que obrigava as pessoas a terem que ouvir apenas um tipo de música. Mas, isso agora mudou”. Foi o desabafo do prefeito Luciano Cartaxo, durante o encerramento do São João da Capital, que reuniu mais de 50 mil pessoas no Ponto de Cem Reis.

Segundo Cartaxo, o sucesso da festa se justifica porque as pessoas saíram das “amarras do governo anterior”. E explica: “Hoje, nós ouvimos a população. Então oferecemos o forró pé de serra, pra quem gosta de forró pé de serra. Nós oferecemos o forró mais moderno, pra quem gosta desse tipo de música. Democratizamos a festa.”

Então, complementou: “O resultado se vê aqui (no Ponto de Cem Reis). A população veio às ruas para se divertir com a música que gosta de ouvir, sem qualquer imposição por parte do poder púbico. Esse tempo de ditadura musical acabou.”

Desde novembro do ano passado, várias entidades de servidores tentam uma audiência com o governador Ricardo Coutinho. Já protocolaram diversos pedidos. E….nada. Desde janeiro deste ano, a prefeita Chica Mota solicita uma audiência com o governador. E… nada. Se tinham o verde da esperança de serem recebidos, amarelaram de tanto esperar.

Mas, bastou a seleção brasileira conquistar a Copa das Confederações para o governador convidar o jogador Hulk a palácio. Furou a fila para aparecer todo verde ao lado do astro paraibano. Acho que não é verdade, meu caro Paiakan, mas o nosso ínclito, preclaro e insigne governador dá a impressão de querer se apropriar do brilho verde do atleta.

Quando anunciou o plano de seguranças para os festejos juninos deste ano, o Governo RC garantiu um efetivo de quase 6.200 policiais, com 622 viaturas em todo o Estado. Desses, 2,5 mil seriam destinados ao Maior São João do Mundo, em Campina, e 1,5 mil para João Pessoa. Mas, não foi o que se viu na Capital, no encerramento do São João Pra Valer.

No encerramento dos festejos, noite desse sábado, havia apenas 100 homens da polícia para dar policiamento a uma festa que atraiu mais de 50 mil pessoas, no Ponto de Cem Réis, segundo alguns dos próprios policiais que estavam no local. Resultado: gangues rivais provocaram várias arruaças, durante os shows de Waldonys e Banda Encantus.

O tumulto não foi maior, porque a Prefeitura contratou empresas de segurança privad para ajudar no policiamento. O prefeito Luciano Cartaxo lamentou: “É uma pena que uma festa dessa dimensão não tenha recebido a devida atenção da parte do Governo do Estado.” Na mesma linha falou a deputada Daniella Ribeiro: “Falta sensibilidade ao governador.”

O senador Vital Filho deverá emitir, ao longo da semana, seu parecer sobre o projeto de lei nº 248, que institui o passe livre para todos os alunos da rede pública e privada de ensino no País. E deve ser pela sua aprovação, com recursos oriundos dos royalties do petróleo: “Esse é um anseio da sociedade e o Senado não pode ficar alheio.”

Como a tramitação do projeto está se dando em regime de urgência, nem passará por outras comissões técnicas da Casa e irá direto à votação em plenário, após o seu parecer: “Os recursos financeiros necessários ao custeio à gratuidade serão calculados com base no número de alunos transportados e no valor da tarifa fixada para o acesso ao transporte público coletivo de cada cidade.”

O detalhe é que se o Projeto for aprovado no Congresso e sancionado pela presidente Dilma, ficam praticamente esvaziadas todas as reduções no preço das tarifas de transportes públicos, pelo menos para os estudantes.

O deputado Ruy Carneiro tem marcado o mandato na Câmara Federal por algumas bandeiras claramente impopulares entre seus colegas de parlamento. Uma delas foi a extinção do 14° e 15º salário para deputados e senadores. Agora, o tucano está propondo o fim do voto secreto em todas as votações do parlamento.

Na semana passada, a CCJ da Câmara já havia aprovado PEC 196/2012, que institui voto aberto no caso de cassação de mandato parlamentar. Ruy, apesar de reconhecer nessa PEC “um certo avanço”, defende que o voto aberto seja a todas as votações do Congresso”. O voto secreto tem provocado intenso debate nos bastidores do Congresso.

Muita gente estranhou o silêncio do ex-presidente Lula, diante da onda de protestos que varreu o País, nos últimos dias, e levou o Congresso e a presidente Dilma a reagirem. Bem, segundo o prestigiado bloqueio Josias de Souza, Lula finalmente falou e revelou que não concordou com as medidas adotadas por Dilma, como o plebiscito e a consulta a FHC.

Segundo Josias, Lula também censurou o fato da presidente Dilma não ter consultado seu vice, Michel Temer, no caso da convocação da constituinte exclusiva, que foi anunciada e, dois dias depois, desconvocada. Lula, que prefere viajar à África, teria se magoado ainda com o fato da presidente não ter lhe consultado sobre a crise.

Considerei muito sensatas e oportunas, meu caro Paiakan, recentes declarações do procurador-geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro, afirmando que a derrubada da PEC 37 ocorreu graças à mobilização da população, que mandou o recado de “confiar no Ministério Público”. E mais: que essa decisão impõe mais responsabilidades ao MP.

Claro que impõe. Mas, seria interessante também fazer uma consulta à população sobre a construção de um prédio de R$ 80 milhões para sediar o MP. Ou se a população está satisfeita com a velocidade de investigação de alguns escândalos como (só pra citar os mais recentes) a gastança da Granja, o Jampa Digital, o Caso Cuiá ou o gari milionário.

Segue a crise na Maternidade Peregrino Filho, em Patos. Recentemente, após várias denúncias, o Governo do Estado rescindiu o contrato de terceirização com a empresa Fibra e, de imediato, celebrou outro com a Ong Gerir. Mas, os problemas não acabaram. Os médicos estão ameaçando cruzar os braços por falta de pagamento de seus salários.

O calote vem desde o mês passado. Nesta quinta (dia 27), após várias tentativas para receber os salários atrasados, os médicos plantonistas decidiram emitir uma nota à Secretaria de Saúde, Ministério Público e CRM, em que fazem uma advertência: irão cruzar os braços, caso até a próxima segunda-feira (dia 1), os pagamentos não sejam regularizados.

Pelo visto, pelo menos para o Governo Ricardo Coutinho, não tem funcionado a onda de protestos que pede mais investimentos em saúde e educação. No caso de Patos, a situação é cada vez mais grave. Aliás, a crise da saúde na cidade já rendeu até boletim de ocorrência em delegacia de polícia.

E a Paraíba perdeu mais uma. Depois de ficar sem a Fiat (que preferiu Pernambuco) e a chinesa JAC (optou pela Bahia, que já tem a Ford), o Estado não conseguiu atrair a montadora sino-árabe Amsia, que se decidiu por Sergipe. O Governo de Sergipe assinou, nesta quinta (dia 27) o protocolo de intenções pela implantação da montadora, que irá gerar 4 mil empregos.

O detalhe é que a montadora Amsia tem se notabilizado por utilizar uma tecnologia considerada verde: seus veículos são híbridos e elétricos, que têm avançado no mercado mundial. Apesar de ser uma montadora chinesa, a empresa é financiada pelo grupo árabe Eram, que se dispôs a investir R$ 1 bilhão em Sergipe, nos próximos dois anos.

Até onde o Blog pode apurar, a Paraíba teve a chance, pois o Governo foi consultado sobre a implantação da montadora, mas não demonstrou condições para sediar a primeira fábrica do grupo no Brasil.

Em meio ao turbilhão de fatos produzidos pela onda de protestos que varre o País, um detalhe passou despercebido: o senador Vital Filho conseguiu aprovado, no âmbito do Congresso, um pedido formal de auditoria na empresa Energisa, acusada da prática do chamado “fio preto”, considerada uma fraude para burlar os consumidores.

A Energisa já sofre, inclusive, um processo movido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), por conta da revisão tarifária. De outro lado, também está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e Federal, após as denúncias terem sido formalizadas pelos consumidores em audiências públicas na Câmara Municipal e Assembleia.

O senador Vital Filho também já havia denunciado que a Lei 9.933, do governador Ricardo Coutinho, por alterar as alíquotas de ICMS, impediu que todos os consumidores paraibanos fossem beneficiados pela iniciativa da presidente Dilma de desonerar as contas de energia.