Deu (rigorosamente) o esperado. A direção nacional do PMDB, ante a possibilidade de uma fragmentação do partido na Paraíba, bateu o martelo pela chapa de consenso para a disputa do diretório estadual, confirmando Zé Maranhão como candidato a presidente. Uma decisão tomada com o endosso do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente nacional do partido, Valdir Raupp.

Durante a reunião, também ficou deliberado que o candidato a governador do partido em 2014 será o prefeito Veneziano. Foi uma decisão praticamente de consenso, a exceção do ex-senador Santiago que preferiu se manter em silêncio, quando esta possibilidade foi posta em votação. Santiago, como se sabe, quer ser candidato a senador e queria ter a certeza de ter previamente legenda para a disputa.

O governador Ricardo Coutinho gosta de gracejar com a inteligência dos paraibanos. Ou imaginar que os paraibanos não têm. Há meses, RC se digladia com a Assembleia, vetando as emendas dos deputados na LDO, e procurando a Justiça para derrubar a decisão da Casa sobre o empréstimo da Cagepa.

Mas, em solenidade realizada esta manhã no Centro Cultural São Francisco, o governador não rezou a oração franciscana que diz é dando que se recebe. Ele surpreendeu, ao blasfemar sobre sua relação com os deputados: “Se depender de mim, sou sempre paz e amor o tempo todo.”

Enquanto tem muitos gestores se escondendo atrás de sua própria incompetência, a seca assola o interior do Estado. São mais de 2 milhões de paraibanos atingidos, espalhando-se sobre 190 municípios, onde o homem está sem água e vê seus rebanhos serem dizimados, sem ter a quem recorrer.

O socorro modesto se manifesta através de carros-pipa, que pouco resolve. Uma situação que foi alertada com antecedência. Mas, nem o Governo do Estado levou em conta, nem o Governo Federal, que poderia ter feito sua parte concluindo, por exemplo, a Transposição do São Francisco.

O Blog traz algumas imagens captadas pelo padre Djacy, Perissé e outros sertanejos que teimam em ajudar os desvalidos, enquanto o Governo tarda, falha e não cumpre seu papel social de socorrer quem mais precisa.

“Se estão pensando que encontrarão o caos na Prefeitura, aplicação a menos com saúde e educação ou quaisquer outras irregularidades nas contas do Município, vão se enganar”. A declaração foi dada pelo prefeito Veneziano ao Blog neste domingo, argumentando que “tem muita gente falando sobre o que não sabe e vai dar com os burros n’água”.

Segundo Veneziano, a Prefeitura será repassada com “todas as suas contas atualizadas, os salários em dia e a contabilidade inteiramente em ordem”. As declarações do prefeito parecem ser uma resposta a recentes críticas feitas por setores da oposição, alertando para a possibilidade do prefeito eleito Romero Rodrigues encontra o caos ao assumir.

A verdade é que, pelo menos até a véspera do feriado de Proclamação da República, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) ainda não tinha recebido qualquer sinalização do Governo do Estado quanto ao repasse dos recursos destinados ao pagamento do 13º aos seus funcionários.

É mais um dos efeitos causados pelo fim da autonomia administrativa e financeira decretada pelo governador Ricardo Coutinho, desde que assumiu o Estado em janeiro de 2011. Em anos anteriores, com a regularidade dos repasses, não havia o problema da incerteza de pagamentos.

A professora Margareth Diniz fez questão de convidar o ex-governador José Maranhão, para a sua posse nesta sexta-feira (dia 16), na reitoria da UFPB. O governador Ricardo Coutinho, também convidado, não confirmou presença. Mas, vários parlamentares da bancada federal, sim. Entre eles o senador Vital Filho, os deputados Manuel Júnior, Benjamim Maranhão e Damião Feliciano.

Nos últimos dias, muito se falou sobre a importância que alguns parlamentares, especialmente do PMDB, tiveram na nomeação da nova reitora, após o envio da lista tríplice para a presidente Dilma Roussef. É fato que o ato só foi publicado em Diário Oficial, após instâncias de integrantes da bancada federal em Brasília, conforme registro na mídia brasiliense.

Funcionários da empresa Rumos têm estranhado a presença frequente de Coriolano (irmão do governador Ricardo) Coutinho no Aterro Sanitário da Grande João Pessoa. Inclusive por que suas idas vêm coincidindo com uma rápida mudança de orientação administrativa. A empresa estaria passando, digamos assim, por uma reciclagem de gestão.

Por conta disso, já há quem especule por lá que Coriolano ou foi nomeado administrador, ou pode até mesmo ter adquirido a empresa (muito provavelmente com um poderoso sócio local), ele que amealhou muitos conhecimentos técnicos sobre lixo e assemelhados, durante a temporada em que passou à frente da Emlur, até ser demitido pelo prefeito Luciano Agra.

Em 2010, o Aterro ganhou notoriedade, com o escândalo do feijão. Oito toneladas do grão que deveriam ter sido distribuídas com pessoas carentes de João Pessoa foram parar no local. A Polícia Federal descobriu, na ocasião, que o feijão era de boa qualidade e não deveria ter sido jogado no lixo. O inquérito jamais tramitou na Justiça.

O momento é de apreensão entre os funcionários públicos estaduais. Durante reunião do Fórum dos Servidores, realizada esta semana, ficou constatado que o veto do governador Ricardo Coutinho à Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) não assegura um reajuste salarial que reponham sequer as perdas salariais do funcionalismo estadual.

Segundo o presidente do Sindifisco, Vitor Hugo, o veto deixa no limbo, inclusive, as categoriais, como o Fisco, que possuem leis específicas para definir os percentuais de aumento. A LDO, como se sabe, foi aprovada pela Assembleia, mas, em seguida, integralmente vetada pelo governador, por conta das emendas dos deputados.

O prefeito Luciano Agra e o seu sucessor, Luciano Cartaxo, podem até ter esquecido, mas não os agentes comunitários de saúde. Eles lembram que, durante a campanha, foram convocados para uma reunião com Agra, Cartaxo, a secretária Roseana Meira e o procurador Vandalberto Carvalho, e receberam a promessa de que seriam efetivados na Prefeitura.

O problema agora é a recente decisão do Ministério Público de pedir a demissão de onze mil prestadores de serviços da Prefeitura, o que inclui, obviamente, os agentes de saúde não efetivados. Eles estão indômitos e procuraram o Blog, para afirmar que, se não forem contratados, conforme a promessa de Agra e Cartaxo, poderão “procurar a Justiça Eleitoral”.

Um vídeo (postados em http://migre.me/aMQ9p e http://migre.me/aMQca) com trechos da reunião caiu na Internet e foi impetrada uma AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra Cartaxo. A ação tramita na Justiça Eleitoral, mas ainda não há data especificada para julgamento. Aguarda, inclusive, parecer do Ministério Público Eleitoral.