O prefeito Luciano Agra, pelo visto, já se refez do susto de problemas no voo que o trouxe, nessa madrugada, de Brasília, onde foi receber o prêmio Prefeito Amigo da Criança. Mas, não certamente das agressões verbais do governador Ricardo Coutinho, que o acusou de transformar a Prefeitura “num balcão de negócios”. Coisa de adulto.

Nas primeiras horas da madrugada, o prefeito Agra usou o twitter: “Eu não chamo de valentão A cangaceiro vagabundo Que quer ser um Deus na terra Que vive a cometer crimes E ofender todo mundo”.

Para o cidadão comum fica sempre a conta da frustração: entra operação da PF, sai operação da PF e a história é a mesma. Gestores públicos são flagrados com a mão no erário, ocasionalmente são presos, algumas vezes processados, quase sempre inocentados e, salvo raras exceções, retornam aos seus cargos de origem, onde seguem realizando aquilo no que são especialistas.

Num País sério, esses gestores certamente não voltariam mais a tomar conta do caixa.

O governador Ricardo Coutinho acusou o prefeito Luciano Agra de traição, durante a convenção do PSD, no início da tarde, e de “transformar a Prefeitura de João Pessoa num balcão de negócios”, além de promover “uma profunda palhaçada”, referindo-se à aliança com o PT e a indicação de Nonato Bandeira para vice de Luciano Cartaxo.

Ricardo acusou ainda Agra de “traição aos companheiros”, instalando na Prefeitura um “compadrio com um pessoal que, até bem pouco tempo, o acusara de corrupção”. E seguiu desfiando farpas contra o prefeito: “Ele está escrevendo uma página vergonhosa na política pessoense.”

Estelizabel Bezerra voltou a mirar suas baterias contra o senador Cícero Lucena. Durante a convenção do PSD, na manhã desta quarta (dia 27), a candidata do PSB acusou o tucano de ter aumentando seu patrimônio em “50 vezes, quando entrou na vida pública”.

Em seguida, Estelizabel ironizou que Cícero Lucena tem um patrimônio rico de automóveis importados, lanchas caras e até “negócios na China”.

Segue o desmoronamento do antigo coletivo girassol. O processo se iniciou com o acirramento das escaramuças entre o prefeito Luciano Agra e o governador Ricardo Coutinho, e culminou com a disputa no congresso do PSB. Na sequencia, veio a desfiliação de Agra do PSB e, desde então, tem sido intensa a troca de farpas, com retaliações de parte a parte.

A secretária Ariane Sá (esposa do secretário Lúcio Flávio – Casa Civil) anunciou afastamento da pasta de Educação. Ato contínuo, Agra confirmou a demissão do adjunto da Secretaria de Habitação, Gidilmar Alves dos Santos. Já o vereador Bira é convocado para apoiar Estelizabel Bezerra.

A aliança do PT com o PPS é fato consumado. Mas, há uma resistência petista que só aceitará a coligação, para unificar o partido, caso o deputado Luciano Cartaxo cumpra algumas exigências. Uma delas é Cartaxo se retratar publicamente das críticas que, antes, fazia ao prefeito Luciano Agra, em escândalos como Cuiá, Merenda e Jampa Digital.

Cartaxo também deverá assumir o compromisso de que a bancada petista na Assembleia irá arrefecer suas críticas ao governador Ricardo Coutinho.

Há certa hipocrisia em quem critica a adesão do prefeito Luciano Agra à candidatura de seu xará Luciano Cartaxo. Ora, até bem pouco tempo, praticamente todos os candidatos a prefeito suspiravam pelo seu apoio. Não exatamente pelo apoio público, muito mais pelo adjutório que uma máquina como a Prefeitura de João Pessoa pode oferecer para um candidato.

Cartaxo, que vinha se apresentando como o candidato com perfil imaculado e franco-atirador habilitado a disparar, como fazia na Assembleia, contra a gestão girassol (envolvendo ai o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Agra) não poderá mais usar essa ferramenta. Ele perdeu seu porte de arma ao se coligar com Agra.

A primeira-dama Pâmela Bório voltou a disparar contra o candidato a vice-prefeito Nonato Bandeira e o prefeito Luciano Agra, utilizando sua arma favorita: o twitter. E usou artilharia de vários calibres.

Em mensagem postada no final da tarde desta terça (dia 26), Pâmela questiona o caráter de Agra, “que traiu o povo e amigos”, e afirma que ele foi usado por Nonato, a quem se refere como o “sem voto”.

Não passa de jogo de cena setores do PP fazerem beicinho contra a indicação de Nonato Bandeira para vice do deputado Luciano Cartaxo, posto que, originalmente, deveria ser destinado ao partido.

Ora, quem comandou toda a operação que resultou na aliança do PPS com o PT foi exatamente o… ministro Aguinaldo Ribeiro. Alguém ai tem dúvida que o assunto está sacramentado no PP?