RC se irrita com indefinição de votação do empréstimo da Cagepa
O nosso ínclito, preclaro e insigne governador não gosta de ser contrariado. Ainda mais após as vaias que sofreu durante a visita da presidente Dilma. Aliados seus na Assembleia revelaram que ele ficou injuriado com as declarações do presidente Ricardo Marcelo de não haver prazo definido para votar o empréstimo da Cagepa de R$ 150 mihões.
Ricardo Marcelo, aliás, surpreendeu, mais uma vez, ao afirmar categoricamente que, em função de uma demanda judicial iniciada pelo próprio líder do Governo, deputado Hervázio Bezerra, a Casa não tem condições de apreciar a matéria: “Há uma demanda judicial e esse processo ainda não transitou em julgado. Não há prazo para apreciar essa matéria.”
A frustração do governador é maior, porque ele passou os últimos 90 dias se articulando, para atrair apoios e convencer deputados a mudar o voto e, então, de repente, a matéria não entra em votação no prazo que ele pretendia. O deputado Anísio Maia chegou até a ironizar sua operação como distribuição de Bolsa Adesão.
Claro que o presidente da Assembleia tem razão. Como foi o próprio Governo que iniciou a demanda judicial contra a Assembleia, é justo que se aguarde pelo julgamento em caráter terminativo da matéria, para que a Casa possa desarquivar e votar novamente em plenário. Ainda que essa demora cause alguma urticária no Palácio da Redenção.
Aliás, enquanto o governador insistir em querer ser imperador absoluto no Estado, tentando impor sua vontade sobre os demais poderes, sempre vai haver alguma resistência. Se o Judiciário e o Tribunal de Contas, por exemplo, não reagem, é uma outra história. O Legislativo tem demonstrado que não tem medo de cara feia.