Não é novidade que o governador Ricardo Coutinho decidiu seguir na contramão da orientação de seu partido, o PSB, ao anunciar apoio à reeleição da presidente Dilma nas últimas eleições. Também não é novidade que já oficializou a manutenção de sua parceria com a presidente, agora em seu segundo mandato, também em confronto com a orientação partidária.
Mas, será que isso será suficiente para deixar o PSB de Eduardo Campos e migar para o PL, do ministro Gilberto Kassab? Como se sabe, Kassab, atual ministro das Cidades, é presidente nacional do PSD, e articula a recriação do PL, cumprindo, pelo que se diz nos bastidores, uma missão do Palácio do Planalto, para esvaziar legendas como o PMDB e o próprio PSB no Congresso Nacional.
Segundo reportagem deste domingo da Folha de São Paulo, Kassab trabalha com a possibilidade de, uma vez criado o PL, atrair pelo menos dois governadores, um deles Ricardo Coutinho. Diz a Folha: “Em conversas reservadas, e até dirigentes de legendas que estão alarmadas com a mobilização mencionam a migração de pelo menos dois governador ao novo PL: José Melo (Pros), do Amazonas, e Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba.” Mais em http://goo.gl/uOVubk.
Sigla nasce forte – Pelo que se comenta em Brasília, o objetivo de Kassab seria, primeiro criar o futuro PL e, em seguida, promover a fusão com seu PSD. Caso ele consiga consolidar essa operação, há a chance do novo partido (nascido da fusão) superar o PMDB, em número de deputados federais. Atualmente, o PMDB tem 66 parlamentares.
Rômulo e Ricardo – O detalhe irônico nessa operação seria a possibilidade, havendo de fato a criação do PL e sua fusão com o PSD, do governador RC e seu ex-vice Rômulo Gouveia estarem juntos num mesmo partido. Mesmo sendo adversários políticos.
