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Durou pouco a alegria dos funcionários do DER. O Governo Ricardo mandou suspender o pagamento do duodécimo com reajuste, conforme ficou acertado com o superintende Carlos Pereira de Carvalho, desde o mês de janeiro. Resultado: os servidores, que esperaram longamente pela implantação do ajuste, ficaram revoltados com a sua retirada.

Na proposta que o governador tinha fechado com o DER, seria descongelado, em fevereiro, o duodécimo dos servidores com valores inferiores a R$ 500. No mês seguinte, estendido àqueles com duodécimos até R$ 1 mil. Em abril, para todos o grupo restante. Foi ai que os sindicalistas descobriram o acordo e decidiram denunciar RC, por discriminar os demais servidores.

O governador Ricardo Coutinho confirmou, nesta quinta-feira (dia 27), a demissão de comissionados em sua gestão. RC não precisou o número de exonerações, mas afirmou que serão afastados aqueles que não apoiam mais seu Governo. O Estado tem, atualmente, perto de seis mil comissionados, incluindo efetivos que ocupam cargos de confiança.

Ricardo considera as demissões um processo normal: “Há aqueles que deixarão o Governo para disputar as eleições deste ano, e há aqueles que foram indicações de aliados, como os deputados, que deixaram a base do Governo.” A propósito, o governador sofreu sua quinta baixa na Assembleia, após o deputado Edmilson Soares formalizar saída de sua bancada.

A informação que circulou nos bastidores, final da noite desta quarta-feira (dia 26), indicava que a secretária Aracilba Rocha (Finanças) decidiu antecipar a entregar de seu cargo ao governador Ricardo Coutinho. Aracilba, obviamente, já havia sinalizado que irá disputar uma vaga na Assembleia em outubro, pelo PSL.

Mas, há poucos dias, durante uma audiência com o governador RC, Aracilba teria pedido seu apoio para a disputa das urnas, e não recebeu uma resposta satisfatória. Ricardo Coutinho sinalizou que a candidata de sua escolha é a secretária Estela Bezerra (Chefe de Gabinete). Aracilba deixou a reunião desencantada com o governador.

E a Paraíba segue liderando rankings poucos gloriosos. Pesquisa elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp), com apoio técnico do Dieese, revelou que o Estado é o 6º do país e o 2º do Nordeste que mais registrou ocorrências de ataques a bancos em 2013.

Segundo o estudo, no ano passado, houve 145 ocorrências de ataques a bancos, dentre assaltos e arrombamentos, registradas, contra apenas 60 em 2012, o que representou um aumento de 141,47%. Para se ter uma ideia, em apenas um ano, o Estado pulou do 13º para o 6º no ranking nacional, apresentando a 6º maior evolução entre os estados brasileiros.

O governador Ricardo Coutinho não vai deixar pedra sobre pedra. Pelo menos a julgar pela informação que circula nos bastidores da Secretaria de Administração. Há um pacote em gestação para promover, por decreto, a demissão de aproximadamente seis mil servidores comissionados. O listão já está, inclusive, em fase final de conclusão.

Até onde o Blog pode apurar, a orientação é exonerar todos os cargos comissionados, incluindo aqueles indicados pelos aliados (que restaram) e também pelo senador Cássio Cunha Lima e seu grupo. São cerca dois mil efetivos nomeados para cargos de comissão e mais aproximadamente quatro mil comissionados, que não são do quadro efetivo.

O prognóstico feito nos bastidores da Assembleia de que a bancada do governador Ricardo Coutinho ficará com, no máximo, dez ou onze deputados, caminha para se confirmar. Na sessão desta quarta-feira (dia 26), foi a vez do deputado Branco Mendes anunciar sua saída da bancada de RC. Agora, são quatro os que já migraram: Carlos Dunga, Iraê Lucena, Léa Toscano e Branco.

O movimento precipitou-se após o rompimento do senador Cássio Cunha Lima. Pelo que circula nos corredores da Casa, mais deputados podem deixar a bancada governista, e todos do Dem. Seriam eles: Assis Quintans, Domiciano Cabral, João Henriques e, provavelmente, Lindolfo Pires. Com isso, a bancada do governador, que tinha 16 e, às vezes, 17 deputados, cai drasticamente para um pouco acima de uma dezena.

Essa certamente foi uma das ações mais nefastas já cometidas no Estado contra a educação e os jovens que precisam de sala de aula para estudar. O fechamento de 233 escolas pelo governador Ricardo Coutinho trará prejuízos incalculáveis, e de longo prazo, para o Estado. É o que mostra recente relatório do Tribunal de Contas da União, divulgado há poucos dias.

Em 2016, por exemplo, a Paraíba vai figurar no ranking do ensino médio nacional como 8º Estado do País com o maior déficit de matrículas. A carência será de 1.066 vagas, abaixo apenas do Pará (10.668), de Alagoas (6.236), do Maranhão (5.975), de Pernambuco (1.952), do Ceará (1.704), da Bahia (1.563) e do Rio Grande do Sul (1.326).

O Governo Ricardo Coutinho segue em contencioso com o funcionalismo mesmo quando, eventualmente, favorece alguma categoria. Foi o que aconteceu, há dois meses, ao celebrar um acordo à surdina com o superintendente do DER, Carlos Pereira de Carvalho, para descongelar os quinquênios dos funcionários do órgão, com valores abaixo de R$ 500.

Mas, então os demais servidores, que foram preteridos, descobriram. Segundo Tânia Bezerra, presidente do Sindicado do IASS/Ipep, “o governador feriu de morte o princípio da isonomia previsto no art. 5º da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Ele está discriminando os demais servidores.”

Família unida faz campanha unida. É o que se pode deduzir das declarações do ex-secretário Coriolano (irmão do governador Ricardo) Coutinho. Ele publicou em seu Facebook duras críticas ao senador Cássio Cunha Lima, por ter acusado o governador Ricardo Coutinho de agir como “um ditador”. Corio, como e mais conhecido, acusa Cunha Lima de usar métodos truculentos.

E citou o episódio ocorrido em Guarabira, quando o repórter Edcarlo foi impedido, de forma violenta, de registrar as imagens de um cidadão que estava na reunião do PSDB e fazia públicas críticas ao senador. O cidadão foi conduzido para fora do recinto, no momento em que houve o incidente envolvendo o tenente-coronel Sousa Neto (que estava à paisana) e o repórter.

Em seu Facebook, Corio publicou: “Essa é a ordem do dia, não se pode questionar os Cunha Lima pois o pau come…”

A cidade de Santa Rita tem tudo para cair no anedotário nacional, por conta dessa pendenga entre o prefeito eleito Reginaldo Pereira, a Câmara Municipal e a Justiça. Em menos de uma semana, Reginaldo foi afastado, voltou e foi defenestrado novamente. Para o cidadão comum, chega a ser surrealista este cenário de indefinição.

Há um prefeito de manhã, outro à tarde e talvez nenhum à noite. Santa Rita não merece este clima de insegurança e instabilidade. Câmara Municipal e Justiça precisam se entender. Não pode é a cidade virar uma chacota nacional, por conta de um rodízio que só agrava o caos administrativo que vivencia em prejuízo de sua gente.