Uma curiosidade que vem de Pernambuco faz refletir. A mais recente pesquisa Ibope traz um cenário surrealista. Pelo menos para quem acompanha à distância a política no Estado vizinho e tem a convicção de que o ex-governador Eduardo Campos segue dando as cartas no jogo eleitoral. Visto de perto, o cenário parece deslustrar a propalada liderança de Campos.

Senão vejamos: numa disputa mano a mano com Dilma Rousseff, Eduardo Campos tem apenas 17% da intenção de votos, contra 24% conferidos à presidente. Pelo menos na pesquisa espontânea. Sua recuperação se dá apenas na pesquisa estimulada, quando vai a 40%. O detalhe é que não distância de Dilma, que crava, segundo o Ibope, 39%. Um empate técnico.

Não há como desconhecer a iniciativa conjunta do governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo que, finalmente, após meses de estranhamentos, decidiram superar as diferenças sentaram para discutir… João Pessoa. Deveria ser bem mais simples, especialmente quando o que está em jogo é o interesse do cidadão.

Ainda bem que os dois gestores tiveram mobilidade política, para firmarem parcerias na área da mobilidade urbana. Imobilidade no trânsito é, certamente, um dos problemas que mais vem afligindo a população em João Pessoa. E o saldo do encontro pode resultar em obras que, bem ou mal, podem minimizar o problema.

O PSC deve definir até a próxima sexta-feira (dia 6) se irá aceitar ou não o convite para integrar a chapa do PMDB encabeçada pelo ex-prefeito Veneziano, indicando o deputado Leonardo Gadelha candidato a vice-governador. O partido está abertamente dividido. Leonardo já sinalizou com a possibilidade de apoiar o PMDB. Mas…

Há uma ala do partido que faz opção pelo apoio à candidatura do senador Cássio Cunha Lima, mesmo sem participar da chapa majoritária. E curiosamente esse cordão tem sido puxado por um peemedebista: o prefeito André Gadelha tem sinalizado claramente pelo apoio a Cássio, o que pode puxar o clã Gadelha, majoritário no PSC.

O governador Ricardo Coutinho decidiu rebater no mesmo tom as declarações do senador Cássio Cunha Lima, que o havia chamado para a briga. Durante entrevista esta manhã na CBN, Ricardo foi impiedoso, fazendo uma referência direta ao ex-governador Ronaldo Cunha Lima, ao aludir ao episódio do Gulliver e o atentado ao ex-governador Tarcísio Burity.

Disparou Ricardo: “Meu discurso sempre foi na base das ideias. Minha única arma foram as ideias. Não preciso usar pistola, eu nunca atirei em ninguém para resolver minha pendências, isso está distante da minha personalidade. Eu não vou brigar com ninguém, vou vencer com as ideias, ideias que trata a todos, inclusive os diferentes, por igual.”

Cássio Cunha Lima volta a ser Cássio Cunha Lima. Pelo menos a julgar pelas suas declarações do final de semana, em Campina Grande, quando recebeu o apoio do PSDC. Indagado sobre a ofensiva do governador Ricardo Coutinho de investir num São João de bairros na cidade, Cássio foi na jugular do governador: “Deixe de perseguir Campina e venha me enfrentar!”

Mais Cássio, impossível. O senador tucano, com suas novas declarações, deixa de lado a educação dos últimos tempos, e parte para o ataque direto, ou seja, volta a ser o Cássio de sempre. Volta a ser o político agressivo de antes. Ele sobe uma oitava, talvez receando que Ricardo assuma a condição do galo de Campina, que canta alto para intimidar os rivais.

Vai afunilando o jogo eleitoral e as definições começam a se precipitar com a formatação das chapas, e talvez o PMDB seja o primeiro partido a fechar sua composição. Diante da resistência de parte do PSC em indicar o deputado Leo Gadelha como vice de Veneziano, é bem possível que ele faça mesmo opção por uma solução doméstica.

Outro partido que pode compor com o PMDB, o PR do deputado Wellington Roberto tem mostrado mais interesse em disputar a vaga ao Senado, que já está definida com Lucélio Cartaxo, do que a vice, o que realmente reforçaria a tese da indicação do ex-governador Roberto Paulino. Ou o ex-prefeito Nabor Wanderley, hoje candidato a deputado.

São cada vez mais frequentes os rumores de que o deputado Aguinaldo Almeida, do PP, poderá surgir como o candidato a senador na chapa encabeçada pelo tucano Cássio Cunha Lima. O assunto vem sendo recorrente nos bastidores. Até onde se pode apurar, Aguinaldo teria superado o ex-senador Wilson Santiago, do PTB, nas últimas horas.

É provável que Aguinaldo tenha sido mais convincente do que Santiago, por várias razões. Há quem especule, inclusive, questões de ordem financeira. Mas, é possível que o senador Cássio tenha identificado em Aguinaldo uma situação favorável de embate doméstico em Campina Grande contra Rômulo Gouveia, ainda candidato ao Senado.

Próximo dia 11 o Supremo Tribunal Federal deverá iniciar o julgamento de uma matéria polêmica: a redução do número de deputados federais que atinge a Paraíba e outros Estados. Há muita confusão em torno do assunto. Muita gente, que rejeita políticos, imagina que a decisão é boa, porque irá reduzir os custos com os deputados federais e, claro, também estaduais.

Mas, há um grande equívoco. Na verdade, o que irá ocorrer pura e simplesmente será a transferência de recursos da Paraíba para outros Estados, que terão aumento de bancadas. A Câmara Federal manterá seus 513 deputados, que apenas migrarão de região. Então não haverá redução de gastos, mas apenas transferências para Estados como Minas Gerais por exemplo.

O livro “O Incrível Testamento de Dom Agápito”, do jornalista e escritor Hélder Moura, foi destaque na manhã desta quinta (dia 29), no programa “Mais Você”, da Rede Globo, apresentado por Ana Maria Braga. A apresentadora fez breve explanação sobre o livro, e então convidou para o lançamento que irá ocorrer na próxima-segunda (dia 2).

Ana Maria Braga fez referência ao texto da historiadora Mary Del Priori, que elogiou o texto: “Bravo, bravíssimo!”. O livro, publicado pela Miró Editora, será lançado às 19h, na Livraria da Vila-Lorena, em São Paulo. Trata-se da 2ª edição. “Dom Agápito” foi publicado, em 1ª edição da Chiado Editora (Portugal), em 2012, e foi lançado nas cidades de Lisboa e Óbidos.

Em tempo de tantas promessas (nem sempre cumpridas) e ordens de serviço a granel, importante registrar a marca que está atingindo o prefeito Luciano Cartaxo, que conseguiu entregar, em 15 meses de gestão, 2,3 mil casas populares, a pessoas de baixa renda. É um feito, sem dúvida. E só sabe, realmente, que não tinha um teto para morar.

Nessa batida e pode entregar cerca de oito mil unidades até o final de seu mandato. Na verdade, com menos pirotecnia, Cartaxo tem conseguido realizar uma gestão, que se contrapõe ao estilo girassol de administrar, caracterizado pela utilização abusiva da propaganda, que nem sempre tem a correspondência com o mundo real.